Disjuntor caraterísticas

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PAPAROMEU1976
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Disjuntor caraterísticas

Mensagem por PAPAROMEU1976 »

Boas,

Alguém pode explicar melhor o que é corrente convencional de funcionamento (I2) e corrente convencional de não funcionamento do disjuntor (Inf)?

Cumprimentos


lcmmonteiro
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Re: Disjuntor caraterísticas

Mensagem por lcmmonteiro »

Recomendo a leitura do seguinte artigo Disponível em https://www.voltimum.pt/artigos/licoes- ... rotecnia-3

Qualquer questão adicional pode e deve colocar aqui no fórum.

Cumprimentos
PAPAROMEU1976
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Re: Disjuntor caraterísticas

Mensagem por PAPAROMEU1976 »

Obrigado lcmmonteiro

Pelo que eu entendi o tempo convencional de funcionamento a baixo de 63A o disjuntor tem um tempo de desarme ate uma hora em subcarga, mas a corrente de não funcionamento é que não entendo no site que me enviou diz-me exatamente o contrario do livro técnico que estava a ler.
No Site diz: Corrente convencional de não funcionamento Inf é o valor de corrente para o qual o disjuntor só deve atuar depois de expirar o tempo convencional.
No Livro diz: Disjuntor só deve atuar antes de expirar o tempo convencional.

Qual é o correto!!!!?
lcmmonteiro
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Re: Disjuntor caraterísticas

Mensagem por lcmmonteiro »

15.5.3. Protecção contra sobrecargas

A protecção contra sobrecargas de uma instalação eléctrica (seja com fusível ou com disjuntor magnetotérmico) estará assegurada se se verificarem as seguintes condições:

1) A corrente estipulada do dispositivo de protecção (In) deve ser maior ou igual à corrente de serviço da canalização respectiva (IB) e menor ou igual que a corrente máxima admissível na canalização (Iz):

IB ≤ In ≤ Iz

2) A corrente convencional de funcionamento do dispositivo de protecção (I2) deve ser menor ou igual que 1,45 vezes a corrente máxima admissível (Iz):

Iz ≤ 1,45 × Iz
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nelmindo
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Re: Disjuntor caraterísticas

Mensagem por nelmindo »

Faiante
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Re: Disjuntor caraterísticas

Mensagem por Faiante »

Muito boa tarde meu caro " PAPAROMEU1976"

Relativamente à dúvida por si apresentada e, tendo em conta o que foi dito por outros colegas, nomeadamente " lcmmonteiro e nelmindo",
deduzo que as informações prestadas por estes colegas não foram suficientemente esclarecedoras quanto à pertinência das mesmas.
Face ao exposto, permita-me então que lhe deixe uma pequena informação mais exaustiva também, sobre o tema em causa.
1º - Para que servem as proteções elétricas?
2º - Que tipo de proteções existem?
3º - Qual a diferença entre cada uma das proteções?
4º - O que dizem as RTIEBT acerca disto?
1º - Uma proteção elétrica serve essencialmente para proteger todos os equipamentos ligados numa instalação elétrica, quer seja de uma
subestação, industria ou de uma residência.
1.1 – Sobretensões de origem interna ou externa.
1.2 - Uma sobretensão de origem interna, tal como o seu nome indica tem a sua origem em manobras na rede distribuição, quer sejam
da EDP ou da REN.
1.3 – Quanto às sobretensões de origem externa, têm origem numa descarga atmosférica. Dito isto, são as causadas por um raio. Este
tipo de descarga pode ter como origem uma nuvem e o solo ou pode acontecer entre nuvens.
1.4 – Este tipo de descargas podem ainda ser do tipo diretas ou indiretas.
São consideradas descargas diretas aquelas em que o raio atinge diretamente uma linha de baixa, de média, alta e, de muito alta tensão ou
também, uma instalação elétrica de uma habitação ou industria.
Falamos claro está, de uma subestação elétrica, de uma instalação residencial ou da instalação de uma indústria.
No entanto, quando o raio cai nas proximidades de uma destas instalações elétricas, diremos que se trata de uma descarga atmosférica
indireta.

2º) – Que tipo de proteções temos:
Quanto às proteções temos a registar as seguintes: - fusível; disjuntor; descarregadores de sobretensão e também os relés
2.1 - Quanto aos relés, temos uma enorme diversidade e tipos construtivos destes aparelhos os quais, são utilizados de acordo com o
conhecimento técnico do instalador e da importância da instalação a proteger.
3º) – O fusível esteve muito em voga até ao aparecimento do disjuntor.
Este equipamento esteve e ainda está em atividade como proteção. Sendo muito utilizada nas redes de distribuição da EDP, como
medida preventiva de protecção de uma instalação de natureza elétrica.
4º) – De acordo com as RTIEBT temos de saber diferenciar para que serve uma proteção contra sobrecargas e ou curto-circuitos.
De acordo estas regras técnicas, atrás descritas podemos ter:
4.1 – Proteção contra sobrecargas – Aqui chegados, podemos ter como dispositivos de protecção contra sobrecargas três (3) tipos de
equipamentos a saber.
São eles: - O fusível, o disjuntor e o relé.
4.2 – Funções básicas de cada uma das proteções
4.3 – Um aparelho de protecção tem como função principal, assegurar a protecção de todos os elementos de uma canalização, um circuito
elétrico de uma instalação elétrica, para além de pessoas, animais e bens.
5º) – Principais características dos aparelhos de proteção
5.1 – Iniciemos esta abordagem pelo fusível.
São cinco as principais características de um fusível.
São elas:
5.2 - Corrente estipulada (também designada por (In)- é o valor máximo eficaz da intensidade de corrente que o fusível pode suportar
permanentemente sem fundir, isto é, sem causar a abertura do circuito elétrico.
5.3 – Corrente convencional de não funcionamento (Inf) - valor da corrente para o qual o fusível não deve funcionar durante o tempo
convencional.
5.4 – Corrente convencional de funcionamento (I 2) (anteriormente designado por If) – é o valor da intensidade de corrente para o
qual o fusível deve fundir antes de terminar o tempo convencional.
5.5 – Poder de corte (Pdc) – é a máxima intensidade de corrente que o fusível é capaz de interromper, sem destruição do invólucro
de protecção ao elemento fusível.
5.6 – Tensão estipulada (anteriormente designada por Tensão Nominal) (Un) – é a tensão que serve de base ao dimensionamento
do fusível, e também é a sua tensão de trabalho.
Vejamos agora um exemplo prático do que atrás ficou dito.
Tomemos como exemplo um fusível de 80 A do tipo gl/gG, em que a sua corrente covencional é de 2 horas. Este elemento de protecção
quando inserido num circuito, deve permitir a condução de uma intensidade de (corrente) de 1.25 x In isto é igual a 100 A), ele não deve
fundir antes do seu tempo convencional terminar, já que esse tempo é de 2 horas. Porém, caso circule por ele uma intensidade superior
equivalente a 1.6 x In ou seja (128 A). Ele deve fundir no máximo em 2 horas, antes de terminar o tempo convencional de fusão (If ou como
hoje é identificado pelas RTIEBT como (I 2).
Vejamos então os quadros abaixo para correntes e tempos convencionais de fusíveis estabelecidos pela norma europeia EN 60269-2 e aqui
reproduzidos seguidamente.
Corrente Corrente Corrente
Estipulada Convencional de não Convencional de
(In) funcionamento (Inf) funcionamento (I 2)
Até 4 A 1.5 x In 2.1 x In
4 A < In <16 A 1.5 x In 1.9 x In
In > 16 A 1.25 x In 1.6 x In
Características dos fusíveis gL/Gg. Também conhecidos por fusíveis de acção lenta.
Corrente Tempo convencional
Estipulada (t)
(In)
Até 63 A 1 H
de 63 A < In ≤ 160 A 2 H
de 160 A < In ≤ 400 A 3 H
para In > 400 A 4 H
Numa instalação elétrica protegida contra sobrecargas, quer seja por fusível ou por disjuntor magneto-térmico, as condições estão asseguradas desde que:
IB seja menor ou igual a In e que, In seja menor ou igual a Iz
IB ≤ In ≤ Iz transcrito das RTIEBT
a) – A corrente estipulada do dispositivo de proteção (In). Este dispositivo de protecção deverá ter uma corrente estipulada maior ou igual à corrente de serviço da canalização respetiva (IB) e menor ou igual que a corrente máxima admissível na canalização (Iz).
Iz ≤ 1,45 × Iz
b) - A corrente convencional de funcionamento de um dispositivo de proteção (I2) deve ser menor ou igual que 1,45 vezes a corrente máxima admissível (Iz).
A figura abaixo representa uma recta de carga. Nela estão indicadas as correntes e os valores estipulados dos dispositivos de protecção

6) - Características fundamentais dos disjuntores
As principais características de um disjuntor são quatro.
São elas:
6.1- Corrente estipulada (vulgarmente designada por calibre do disjuntor): - valor para o qual o disjuntor não actua.
São exemplos de correntes estipuladas: 6-10-16-20-25-32-40-50-63-80-100-125 A e por aí acima.
Podemos então, encontrar disjuntores com diferentes tipologias construtivas; - embora de acordo com o local onde estão inseridos,
Possam apresentar-se com um, dois, três ou quatro pólos protegidos. Independentemente do local da instalação a proteger, estes
Aparelhos podem apresentar-se apenas com os pólos de fase protegidos. No entanto, se o condutor de neutro tiver apenas metade
da secção de uma das fases, o sobredito aparelho, pode ter o pólo do neutro protegido também, apenas e só com metade da
intensidade de (corrente) das fases, independentemente do número de pólos que o disjuntor possa apresentar.
6.2 - Corrente convencional de não funcionamento: - será o valor para o qual o disjuntor não deve funcionar enquanto durar
o tempo convencional.
6.3 – Corrente convencional de funcionamento:- valor para o qual o disjuntor deve funcionar antes de terminar o tempo convencional.
6.4 - Poder de corte: - como poder de corte de um aparelho, temos a corrente máxima de curto-circuito que o disjuntor é capaz de
interromper sem destruição do invólucro.
Regra geral, os poderes de corte estipulados e normalizados são: 1.5 - 3 – 6- 10 KA e por aí adiante.
Há semelhança do exemplo dado para o fusível, tomemos agora como exemplo um pequeno disjuntor.
Exemplo:
Calibre do disjuntor (In) 16 A.
Corrente convencional de não funcionamento (Inf) 19 A (1,13 x IN) = 18.08 A.
Logo teremos aproximadamente 19 A.
Corrente convencional de funcionamento (I2) 23 A (1.45 x IN) = 23.2 A.
Logo 23 A.
Atenção que o poder de corte de um aparelho, vem sempre mencionado dentro de um retângulo. Exemplo 3000- 6000- 10000
Nota: Tenham sempre presente que tanto disjuntores como fusíveis apresentam sempre quatro características que lhes são comuns.
A tensão de trabalho deve ser igual à tensão da rede de alimentação. Tomemos como exemplo uma alimentação de entrada de uma
instalação monofásica, então, a protecção também o será, isto é, deve apresentar apenas um pólo ou dois caso se trate de uma
protecção assegurada por disjuntor, para o caso em que esta seja assegurada por fusível a canalização será protegida apenas por um
fusível, de acordo com a intensidade máxima que circule pelos condutores a proteger.

As correntes envolvidas no processo são quatro as naturezas a saber:

IB ou Is antigo = corrente de projeto do circuito.
In = Corrente nominal do dispositivo de protecção
Inf = Corrente de não funcionamento (esta característica é comum tanto a disjuntores como fusíveis).
Iz = Capacidade máxima de condução de corrente dos condutores.
I2 ou If = Corrente de atuação (para disjuntores), ou de fusão (para fusíveis).

Funções básicas comuns tanto a disjuntores como fusíveis

1º - Permitir a circulação normal da corrente sem interrupções.
2º - Proteger os cabos contra sobrecargas e curto-circuitos.
3º - Abrir e fechar um circuito à sua intensidade normal.
4º - Garantir a segurança da instalação, de pessoas, animais e bens.


7) – Relés - o que são e para que servem? Quais são os tipos de relés?
7.1 – Os relés são equipamentos muito importantes na área da eletricidade. A sua função vai muito para além da abertura ou fecho de
uma instalação elétrica.
7.2 – O que é um relé
7.3 – Um relé é um dispositivo elétrico capaz de realizar modificações súbitas, previamente determinadas num circuito a proteger.
No entanto, será importante conhecer a sua ação, atendendo a que precisa de alcançar uma condição específica de trabalho que
Varia, de relé para relé.
Podemos dizer que o funcionamento do relé é muito simples. No momento em que a corrente circula pela bobina, um campo
eletromagnético é gerado atraindo desta forma, uma série de contatos, que se abrem ou fecham de acordo com a acção
pretendida.
No momento em que a corrente elétrica deixa de circular pela bobina, o campo eletromagnético será interrompido e, com isso,
os contatos do relé voltam à sua posição inicial.
7.4 – Que tipo de relés existem actualmente no mercado?
7.5 - Actualmente no mercado existem três (3) tipologias construtivas de relés, assim como também existe uma grande variação destes
Componentes e da sua forma de funcionamento.
Serão apresentados seguidamente os tipos de relés existentes no mercado.
7.6 - Tipos de relés
1 – Relés eletromecânicos pertencentes à primeira geração destes componentes
2 – Relés de estado sólido pertencentes à segunda geração deste tipo construtivo
3 – Por último temos os relés digitais – também conhecidos pela terceira geração destes equipamentos.
De acordo com a função que exercem num determinado circuito, podemos ainda, classificá-los de acordo com a sua característica.
Um relé apenas serve para ligar ou desligar um circuito, no entanto, existem diversos componentes electrónicos destes que exercem
uma determinada função a saber:

Relé temporizado – relé térmico e, relés de protecção. Estes últimos relés, embora sejam predominantemente usados na abertura e fecho
de circuitos elétricos, na maioria dos casos, tendo em consideração que são relés digitais, podem exercer outras funções tais como:
a) – Medir grandezas de tensão.
b) - Medir correntes.
c) - Medir Isolamentos.
d) - Verificar sequência de fases entre outras.
8) – Dispositivos de protecção contra sobretensões
8.1 – Dada a importância e a imprevisibilidade dos fenómenos de sobretensão, os comités que regem estas matérias, criaram os requisitos
mínimos de protecção em função dos testes efectuados acerca dos efeitos de sobretensões nos equipamentos sejam eles de natureza
elétrica ou electrónica.
Em seguida apresentam-se as normas definidoras destes requisitos mínimos para os descarregadores de sobretensão.
IEC 61643-11
IEC 61643-12
IEC 61643-21
As instalações elétricas localizadas em zonas onde ocorram algumas trovoadas por ano, estão sujeitas a fenómenos de sobretensões
transitórias transmitidas pela rede distribuição. Devendo, desta forma estarem dotadas de uma protecção contra estas sobretensões.


Os fenómenos devidos a uma sobretensão, podem ser causados por:

a) - Descargas atmosféricas.
b) - Manobras na rede elétrica.
c) – Descargas eletoestáticas

Uma sobretensão pode apresentar diferenças tanto na amplitude, como frequência e também na sua duração. Os dois primeiros fenómenos
são os mais conhecidos pelos eletrotécnicos. No entanto, devido a cada vez mais uma maior utilização de componentes eletrónicos, são cada
mais frequentes o aparecimento de sobretensões causadas por fenómenos originados em descargas electroestáticas.

Tendo em vista um bom desempenho dos dispositivos de protecção elétrica contra sobretensões, as redes de terras assumem um papel cada
vez mais importante no funcionamento de um sistema de protecção de pessoas e bens. Contudo, a minimização do valor da resistência de
terra não deve ser conseguida a qualquer custo, nem ter nas canalizações condutores inadequados ao tipo de solo, levando a que a sua
longevidade se apresente diminuída, pondo em risco a segurança de pessoas, animais e bens,

Peço desculpa pela enorme e exaustiva extensão do texto. Contudo, estarei sempre ao vosso dispor.

O meu bem haja a todos os amigos deste espetacular fórum de eletricidade.

Cptos

JAG
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