Rede de Terras de Proteção

[ricardofernandes]

BOAS!!!
Antes de mais parabéns pelo fórum e obrigado antecipadamente... Tenho aprendido muito por aqui...

Estou a trabalhar num projeto de instalações eletricas de um parque de campismo onde existem vários contentores metálicos que servirá para alojamento.

Na rede de distribuição interna estou a prever as ligações em cabo xv entre a portinhola e o QE e entre o QE e os vários quadros parciais nos contentores.
Os cabos serão enterrados em valas, protegidos por tubo corrogado (PEAD).

Estou a prever um piquet de terra em cada contentor e interligar no quadro parcial com a terra que vem do QE.

O cabo de terra que vem do QE, deve ser junto com o cabo de distribuição ( com 5 condutores), ou separado ( com 4 condutores + cabo de cobre nu), ou os dois (cabo com 5 condutores + cabo de cobre nu)??

Para a rede de protecção (TT) desta instalação qual a melhor solução?
O valor da resistência de terra tem de ser < 100 ohm. Correto?

Para cada PIQUET de terra devo ter uma caixa de medição de terra ou só junto do QE?

Comentários a esta solução ou sugerir outras seriam bem vindas.
Obrigado.

[Mario Lopes]

Boas que distancia estamos a falar entre o Q.E. e os quadros parciais?

[ricardofernandes]

As maior distância entre o QE e o QP é de cerca de 200m.

[Mario Lopes]

Viva,

Eu fazia uma rede como se de um condomínio privado se tratasse. Uma terra por contentor independente e não ligadas entre si.
Uma rede de terras única fica muito cara, e nessa distancia grande terás que aterrar o neutro. Aconselho um armário de distribuição com 5 saídas. Uma usas na entrada de cabos e as restantes usas uma para cada contentor.

[joaosousa]

As redes de Terras são tanta vez desprezadas por causa do preço... e na verdade são das coisas mais importantes. Principalmente na industria.

Eu sinceramente não separava as terras. Isso obriga a teres distâncias mínimas a serem garantidas entre terras. Eu faria uma malha única, na periferia, com vários eléctrodos e colocaria um eléctrodo em cada contentor ligado à malha principal. Fazia a medição e caso não fosse um bom valor colocava mais eléctrodos ou encurtava a quadricula da malha. Até porque num parque de campismo tens vários equipamentos que têm de ser ligados à Terra, e tendo uma malha única torna-se mais fácil.

Caixa de inspecção colocava mais. Colocava no QE e e outra mais no fim da instalação. Uma por contentor não se justifica. Mas coloca pelo menos um quadro de terra em cada contentor, na zona do eléctrodo. Não esquecer que tudo o que seja estruturas enterradas e maciços de betão devem ser interligados, todas as estruturas metálicas que existam devem ser equipotencializadas, vedações metálicas, portões metálicos, botijas ou tanques de água ou de gás e respectivas vedações também... há muita coisa a ser ligada a terra nesse tipo de instalações...

Espero ter ajudado.

[Mario Lopes]

Caro João, e o que faz ao Neutro.. na parte mais distante da instalação não cumpre o neutro não cumpre o artº 153., as icc e os tempo de disparo das protecções vai dar secções de cabo absurdas. EU não obtava por um projecto assim, mas o colega Ricardo que efectue os cálculos e veja.

[joaosousa]

Caro João, e o que faz ao Neutro.. na parte mais distante da instalação não cumpre o neutro não cumpre o artº 153., as icc e os tempo de disparo das protecções vai dar secções de cabo absurdas. EU não obtava por um projecto assim, mas o colega Ricardo que efectue os cálculos e veja.

O que tem o Neutro? Possivelmente um parque de campismo terá PT próprio portanto o Neutro é ligado à Terra no transformador... Caso contrário se for uma alimentação em BT normal, ajusante o Neutro já está ligado à terra. Não entendo o problema do Neutro. Seja em regime TT ou em regime TN... Nem vejo 200 mts uma distância assim tão grande para haver problemas das protecções ou das secções... As quedas de tensão máximas admissíveis, nas RTIEBT são mais que aceitáveis para esses potências e distâncias para permitir secções razoáveis. Industria petrolífera não permite quedas de tensão superiores a 2% com ICC's nos quadros de chegada na ordem dos 50kA e as malhas de terra são gigantes. Tenho instalações com motores de 90kW a 700mts do Quadro de alimentação com secções de 95mm2...portanto, não há de ser meia duzia de kVA's na pior das hipóteses a 200mts que irá provocar secções absurdas como falas.

Nada como fazes cálculos para ver... mas... cada um com a sua. Na industria onde trabalho a rede de terras é ponto crucial do projecto.

Já vi fotos de salas eléctricas com muitos motores e quadros eléctricos com muito equipamento queimado devido a terras mal feitas.

Criar duas terras distintas então impensável. Tudo ligado à mesma Terra em vários pontos para não haver descontinuidades caso uma das ligações se rompa por algum motivo.

Mas pronto, são filosofias e opções. Cada projecto é um projecto.

[ricardofernandes]

A instalação é alimentada da rede publica e as cargas de consumo são pequenas, (tomadas, iluminação, aquecedores, termo acumuladores, fogão, motor água...)
As quedas de tensão podem ser um problema, porque o PT fica a 500 m, e estamos no fim da linha mas vou cumprir com 1,5% da portinhola para o QE e de 5% para tomadas e 3% para a iluminação, vou fazer os cálculos assim.

Para as terras prefiro a solução de uma terra única que o joao sousa sugeriu, quando diz uma malha única, na periferia quer dizer junto da portinhola por exemplo e assim o quadro de medições ficava junto da portinhola?

As outras caixas que refere são deste tipo ?

caixa inspeção terras proteção.gif (4.24 KiB) Visto 1449 vezes

[joaosousa]

As caixas são essas sim.

[Faiante]

Ora muito boa tarde meu caro eng. joaosousa !

Face ao que li sobre o assunto exposto em título colocado pelo "ricardofernandes", não posso estar mais de acordo consigo. Isto demonstra de forma inequívoca que muitos dos projetos carecem de alguma componente prática, associada à componente teórica apreendida nas universidades e Institutos politécnicos.

O resto são filosofias e opções colocadas pelo projetista em cada projeto. Claro que não nos podemos esquecer que cada caso é um caso, e cada projeto é e será sempre um projeto, que para além do mais tem de obedecer às regras imposta pela legislação em vigor.

Face ao exposto, corroboro em tudo o que acima deixou escrito, e pelas dicas deixadas ao amigo "ricardofernandes".

O meu bem haja, apesar de saber que com esta sua informação, vai criar muitos anticorpos em muita gente amiga apenas da parte teórica.


CPtos

JAG