O Brasil é o país latino-americano mais bem posicionado no mais recente Índice de Transição Energética (ETI), elaborado pelo Fórum Económico Mundial. No relatório publicado esta quarta-feira (18 de junho), o país ocupa o 15.º lugar entre 118 nações avaliadas, à frente de economias como o Reino Unido (16.º) e os Estados Unidos (17.º). Portugal aparece na 10.ª posição, com 68,6 pontos.
O ranking, que mede a prontidão e o desempenho dos países na transição para sistemas energéticos mais sustentáveis, atribuiu ao Brasil uma pontuação de 65,7, superior à média global de 56,9. A liderança continua nas mãos dos países nórdicos, com a Suécia, com 77,5 pontos, seguida da Finlândia, Dinamarca, Noruega. A Suíça vem na quinta posição.
O relatório destaca o Brasil como referência regional, com avanços consistentes na diversificação e no uso de energias renováveis. A expansão da energia limpa e os leilões híbridos que combinam fontes solar e eólica foram apontados como exemplos positivos do seu modelo de transição.
Em termos globais, 65% dos países analisados registaram progressos face ao ano anterior. A Europa viu melhorias sobretudo em infraestruturas e equidade energética, enquanto a Ásia emergente, liderada pela China (agora em 12º lugar), destacou-se pelo aumento do investimento e pela inovação tecnológica.
O estudo divide a avaliação em duas frentes: desempenho - que inclui segurança energética, sustentabilidade e equidade - e prontidão, que considera fatores como inovação, investimento, capital humano e compromisso político. A China, por exemplo, beneficiou de grandes aportes em energia limpa e subiu para o melhor lugar da sua história no índice.
Apesar dos avanços, o relatório aponta desafios importantes, como a necessidade de acelerar licenciamentos, melhorar a qualificação da força de trabalho e garantir maior equidade no fluxo de capitais. Desde 2021, mais de 80% da procura energética global tem origem em países emergentes, mas mais de 90% dos investimentos em energia limpa concentram-se em economias desenvolvidas e na China.
A edição de 2025 do ETI também assinala que, mesmo com um investimento global de dois mil milhões de dólares em energias limpas até 2024, as emissões de gases com efeito de estufa atingiram um recorde de 37,8 mil milhões de toneladas no último ano - sinal de que a transição, embora em curso, ainda enfrente barreiras estruturais.
Confira os melhores e piores desempenhos do relatório
20 melhores
1º - Suécia (77,5)
2º - Finlândia (71,8)
3º - Dinamarca (71,6)
4º - Noruega (71,5)
5º - Suíça (71)
6º - Áustria (70,6)
7º - Letônia (69,4)
8º - Países Baixos (69,2)
9º - Alemanha (68,8)
10º - Portugal (68,6)
11º - Estônia (68)
12º - China (67,5)
13º - Islândia (67,3)
14º - França (67,1)
15º - Brasil (67)
16º - Reino Unido (66,8)
17º - Estados Unidos (66,8)
18º - Espanha (66,6)
19º - Lituânia (66,6)
20º - Israel (66,1)
20 piores
99º - Guatemala (48,7)
100º - Kuwait (48,6)
101º - Paquistão (48,5)
102º - Irão (47,6)
103º - Brunei (47,6)
104º - Nepal (47,5)
105º - Bahrein (47,2)
106º - Moçambique (47,1)
107º - Nicarágua (46,8)
108º - Honduras (46,5)
109º- Zâmbia (46,3)
110° - Senegal (46,1)
111º - Tanzânia (46)
112º - Etiópia (45,9)
113º- Zimbábue (44,8)
114º- Jamaica (44,5)
115º - Mongólia (44,2)
116º - Trindade e Tobago (44)
117º - Botsuana (42,8)
118º - República Democrática do Congo (42,4)
Fonte: https://www.dn.pt/economia/brasil-lider ... s-do-mundo