E-Redes removeu o DCP diferencial e deixou quadro desprotegido

[joao.a]

Boas,

Recentemente um amigo meu teve um problema com o DCP da e-redes. Instalado já há muitos anos.
O DCP permanecia sempre desarmado, quando era pressionado o botão de ligar nada acontecia. Contudo, por vezes ele ligava, sendo que pressionando o "0" nem sempre o desligava.

Por este motivo, foi chamado o picket da E-Redes. Quando chegaram ao local, o picket disse que ia fazer um shunt no DCP.
Com isto deixou o quadro eletrico da habitação, um apartamento, sem corte geral.
Informou que ia ser agendada a troca para um contador inteligente. e que a EDP já não instalava o DCP. O picket referiu não ter possibilidade de trocar o DCP.

O picket reparou que o quadro não possuía nenhum diferencial, nem interruptor geral.

A instalação foi deixada com um shunt nos bornes de entrada do DCP. O DCP permanece no quadro do apertamento a servir o shunt. O shunt alimenta o barramento de neuto, e os disjuntores.
O picket avisou o cliente para o perigo da instalação não ter diferencial, nem corte geral.
Disse que agora os cabos entravam diretamente no quadro do cliente, e era o equipamento do cliente que fazia o controlo.
O meu amigo foi aconselhado a chamar um eletricista.

Não existe corte geral, nem existe limite à potência que fornece o apartamento.

Li os regulamentos da E-Redes, DIT-C14-100/N e não me parece que a EDP possa deixar uma instalação existente, que não tem outro corte geral, sem corte geral.


Não sou eletricista, e não foi na minha casa, mas estou preocupado com a situação.
Gostava que alguém aqui no fórum me informasse se deve ser exigida à EDP a colocação de um novo corte geral.
Gostava de perceber como pode um eletricista agora trabalhar em segurança, se os cabos vêm de um contador antigo, no exterior do apertamento, para o quadro do apartamento sem que seja possível fazer qualquer tipo de corte.

Deve o picket da EDP regressar ao local e corrigir a situação?

[joao.a]

Queria só esclarecer que o DCP não disparava. Tinha algum problema em que os botões não o armavam/desarmavam.
Mesmo agora, a servir de shunt, carregar no "1" para ele armar não surte efeito a maior parte das vezes.

[Mário]

Boas

1º Chamar um técnico de electricidade, ele sabe o que tem que fazer.( pedir o corte e a religação da energia, etc.)

2º Se o consumidor não tem corte de energia, é o responsável por não ter.
3º Se o consumidor não tem proteção diferencial, é o responsável por não ter.
4º A responsabilidade do fornecedor de energia termina na saída do contador. (há outras situações)

Cump.
Mário

[joao.a]

Sim que a responsabilidade de EDP é só com equipamentos que são da EDP.

A minha pergunta é, se o DCP estava a fazer função de corte geral.
E as normas da EDP dizem o seguinte:




Deveria a EDP ter feito um shunt na entrada do DCP?

O apartamento é alugado, terá de ser o senhorio a fazer o que acha melhor. Eu só acho que a EDP deixou aquilo inseguro.

[Mário]

Boas

Que está inseguro, está. A Edp podia efectuar o corte de energia ao local até que estivesse de acordo com as normas em vigor.
Seria a solução a tomar, mas facilitou.... e ficou sem corte de geral, e sem diferencial.
Desde de 74 que os proprietários são obrigados a ter as instalações de acordo com o regulamento (74) e foi dado 10 anos para o cumprir.
Existem muitas instalações que não cumprem o regulamento de (74), e depois desse, há outro, o actual.

Como actualmente não instalam o interruptor diferencial, o serviço de piquete não tem como o substituir. Ou faz chante (fica fora de serviço) ou procede ao corte de energia, dado que não cumpre com as normas de segurança em vigor.

Cump.
Mário

[joao.a]

Eu acho que a instalação para estar segura, era estar desligada. Mas pronto, também não sou eletricista.

A minha motivação para escrever este post, é também perceber a legitimidade que tem um técnico da EDP para remover o DCP, deixando assim a instalação. E se a EDP deverá regressar ao local, que percebi já que não deverá.

O técnico que foi ao local, do picket, poderia ter deixado o DCP tal como estava, visto que ele acabava por armar, e armou quando ele lá chegou, e não ter feito o que fez.
Outra questão é, ao lado do quadro elétrico, ter ficado o DCP, e induzir incautos em erro de que aquilo vai fazer o corte geral. É uma casa alugada, sabe-se lá quem estará lá no futuro, e que informações terá.

Do que vi, pela documentação que encontrei da EDP, o shunt não pode ser assim feito, o DCP não deveria ter ficado na instalação. Se o cabo existente, vindo do contador não era suficiente, deveria ter sido instalado "uma caixa" (uso aspas, pois não sei o nome correto) a substituir o DCP. Novamente não sou eletricista, mas o procedimento realizado parece-me incorreto.

O técnico do picket, que esteve no local, informou que não tinha DCP, mesmo que não diferencial, e também não tinha outro material para remover efetivamente o DCP. Basicamente, ele só tinha as ferramentas, já não era mau.

Por outro lado, o senhorio acha que se há eletricidade, então não é nada urgente....

Agradeço as informações que recebi, e a confirmação de que de facto a instalação foi deixada de forma insegura. Embora seja da responsabilidade do senhorio melhorar o quadro da habitação, será da responsabilidade do técnico não deixar as instalações mais inseguras do que as encontrou. Seguro, seguro era desligado. Quem lá mora, sei que agradece ter ficado com a eletricidade ligada, mas não creio terem consciência do perigo.

Por meios travessos, um conhecido que conhece quem trabalha numa empresa subcontratada para pickets da EDP, embora noutra zona, a situação vai-se resolver.