Decidi criar este tópico, porque um tópico recente daqui, me vez lembrar uma aula que tive com um professor no meu tempo de secundário (que já vão uns anos, princípios da década de noventa), por causa dos reóstatos e potenciómetros (o prof era mesmo daqueles antigos, que explicava e tudo com deduções de encher quadros inteiros, e que sabia dar aulas práticas como ninguém).
Potenciómetro era um equipamento eletrico usado antigamente para medir tensões, que consistia num galvanómetro (de zero ao centro), numa fonte de tensão de valor conhecido (normalmente era uma pilha de Weston, por ter um valor perfeitamente definido: 1,018638V) e por uma resistência variável com 3 pontos acessíveis (geralmente era uma resistência de fio, apoiada numa escala graduada, de 1 metro de comprimento).
O processo de medição podia ter 2 etapas, calibração e medição propriamente dita. Esta medição era obtida por meio de cálculos, já que a função do galvanómetro era equilibrar as malhas, de modo a não existir passagem de corrente (daí o zero ao centro).
Como servia para medir tensões, que com o tempo chamou-se de "potenciómetro", aglutinação de potencial com "metro" (medir). No entanto, o tempo fez estragos e começaram a chamar de potenciómetro a tudo que usado para servir de divisor de tensão, neste caso às resistência variáveis de 3 pontos nessa configuração (divisor de tensão).
Exemplo do esquema eléctrico do "potenciómetro" (equipamento de medida) para perceberem a origem do nome:
(imagem da wikipédia)
É considerado normal no meio electrotécnico agora, separar os potenciómetros (resistências variáveis de 3 pontos acessíveis, extremidades e cursor, de baixa potência, geralmente em filme de carvão), dos reóstatos (resistências variáveis de 3 ou 2 pontos, sendo sempre um deles o cursor e o outro uma das extremidades, de alta potência e geralmente bobinados).
Faz lembrar as fichas DB-9 na informática (as usadas para ficha série de 9 pinos, sob o protocolo RS-232), que já agora a designação está errada, porque na verdade são DE-9 de acordo com a IEEE...
O tempo estraga mesmo as coisas...
reóstato ou potenciómetro
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Re: reóstato ou potenciómetro
realmente no tempo de escola já me tinham dado um lámiré sobre o assunto, mas nunca tinha tido noção do motivo, obrigado nelmindo pela explicação
Jaime Reis
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Re: reóstato ou potenciómetro
Andava para aqui aborrecido no forum....eis que encontro um topico interessante, com mais uma bela explicação. Muito obrigadonelmindo Escreveu:Decidi criar este tópico, porque um tópico recente daqui, me vez lembrar uma aula que tive com um professor no meu tempo de secundário (que já vão uns anos, princípios da década de noventa), por causa dos reóstatos e potenciómetros (o prof era mesmo daqueles antigos, que explicava e tudo com deduções de encher quadros inteiros, e que sabia dar aulas práticas como ninguém).
Potenciómetro era um equipamento eletrico usado antigamente para medir tensões, que consistia num galvanómetro (de zero ao centro), numa fonte de tensão de valor conhecido (normalmente era uma pilha de Weston, por ter um valor perfeitamente definido: 1,018638V) e por uma resistência variável com 3 pontos acessíveis (geralmente era uma resistência de fio, apoiada numa escala graduada, de 1 metro de comprimento).
O processo de medição podia ter 2 etapas, calibração e medição propriamente dita. Esta medição era obtida por meio de cálculos, já que a função do galvanómetro era equilibrar as malhas, de modo a não existir passagem de corrente (daí o zero ao centro).
Como servia para medir tensões, que com o tempo chamou-se de "potenciómetro", aglutinação de potencial com "metro" (medir). No entanto, o tempo fez estragos e começaram a chamar de potenciómetro a tudo que usado para servir de divisor de tensão, neste caso às resistência variáveis de 3 pontos nessa configuração (divisor de tensão).
Exemplo do esquema eléctrico do "potenciómetro" (equipamento de medida) para perceberem a origem do nome: (imagem da wikipédia)
É considerado normal no meio electrotécnico agora, separar os potenciómetros (resistências variáveis de 3 pontos acessíveis, extremidades e cursor, de baixa potência, geralmente em filme de carvão), dos reóstatos (resistências variáveis de 3 ou 2 pontos, sendo sempre um deles o cursor e o outro uma das extremidades, de alta potência e geralmente bobinados).
Faz lembrar as fichas DB-9 na informática (as usadas para ficha série de 9 pinos, sob o protocolo RS-232), que já agora a designação está errada, porque na verdade são DE-9 de acordo com a IEEE...
O tempo estraga mesmo as coisas...
Quanto mais sei....mais burro sou!!