Energia Reactiva - pedido de explicação
Energia Reactiva - pedido de explicação
Boa tarde,
Sou informático e não engº electrotécnico, por isso necessito de algum apoio se não for incómodo.
Estou a programar um sistema de monitorização de medidores de energia e um dos dados existentes é a Energia Reactiva.
Já estive a ler documentação técnica sobre isso, mas tal como comecei o post, não percebo grande coisa de electricidade e não consegui ainda obter uma explicação clara do que é efectivamente essa Energia Reactiva presente nas instalações eléctricas.
Não queria apenas apresentar o respectivo valor da leitura, gostava mesmo de ficar a perceber esta definição.
Muitíssimo obrigado.
João
Sou informático e não engº electrotécnico, por isso necessito de algum apoio se não for incómodo.
Estou a programar um sistema de monitorização de medidores de energia e um dos dados existentes é a Energia Reactiva.
Já estive a ler documentação técnica sobre isso, mas tal como comecei o post, não percebo grande coisa de electricidade e não consegui ainda obter uma explicação clara do que é efectivamente essa Energia Reactiva presente nas instalações eléctricas.
Não queria apenas apresentar o respectivo valor da leitura, gostava mesmo de ficar a perceber esta definição.
Muitíssimo obrigado.
João
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- Velha Guarda
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Re: Energia Reactiva - pedido de explicação
Boa noite.
A energia reactiva existe nas instalações eléctricas porque nem todas as impedâncias são puramente resistivas.
Ou seja, nem todos os aparelhos ou cargas que ligamos à rede eléctrica, transformam toda a energia recebida (eléctrica) noutra forma de energia (por exemplo, calor ou luz).
Explicando doutra maneira....alguns aparelhos, como por exemplo um grelhador eléctrico, transformam toda a energia recebida em outra forma de energia, neste caso, calor (isto considerando o ponto de vista teórico, porque na prática, poderá existir uma pequena diferença que nestes casos, é desprezável). No entanto, existem outros aparelhos que não transformam toda essa energia recebida noutra forma de energia, mas apenas uma parte dela. "O que sobra" podemos, grosso modo, dizer que é a energia reactiva. Porém, estes aparelhos necessitam de receber toda essa energia eléctrica para funcionar.
Deixo aqui uma definição da Wikipedia:
A energia reactiva existe nas instalações eléctricas porque nem todas as impedâncias são puramente resistivas.
Ou seja, nem todos os aparelhos ou cargas que ligamos à rede eléctrica, transformam toda a energia recebida (eléctrica) noutra forma de energia (por exemplo, calor ou luz).
Explicando doutra maneira....alguns aparelhos, como por exemplo um grelhador eléctrico, transformam toda a energia recebida em outra forma de energia, neste caso, calor (isto considerando o ponto de vista teórico, porque na prática, poderá existir uma pequena diferença que nestes casos, é desprezável). No entanto, existem outros aparelhos que não transformam toda essa energia recebida noutra forma de energia, mas apenas uma parte dela. "O que sobra" podemos, grosso modo, dizer que é a energia reactiva. Porém, estes aparelhos necessitam de receber toda essa energia eléctrica para funcionar.
Deixo aqui uma definição da Wikipedia:
A integração temporal da potência reativa resulta numa energia reativa, que representa a energia que circula de forma oscilante nas instalações mas não é consumida por nenhum receptor
Re: Energia Reactiva - pedido de explicação
Obrigado pela ajuda.
Ainda não estou 100% claro das ideias, mas deve-se de facto à falta de noções básicas de electricidade.
Qual a importância de acompanhar o valor da Energia Reactiva num circuito?
É conveniente saber-se em casa sub-circuito esse valor ou é suficiente um valor global da instalação?
Esse medidor deve ser instalado da mesma forma que um medidor de consumo, ou seja, na "entrada" do circuito?
Obrigado
João
Ainda não estou 100% claro das ideias, mas deve-se de facto à falta de noções básicas de electricidade.
Qual a importância de acompanhar o valor da Energia Reactiva num circuito?
É conveniente saber-se em casa sub-circuito esse valor ou é suficiente um valor global da instalação?
Esse medidor deve ser instalado da mesma forma que um medidor de consumo, ou seja, na "entrada" do circuito?
Obrigado
João
Re: Energia Reactiva - pedido de explicação
viva,
é importante saber o energia reactiva que produzimos porque temos de a pagar! ou seja pagamos a consumida e a reactiva produzida, pensa como se fosse a embalagem de leite que compras lá para casa só precisas do leite e a embalagem para alguem a tratar e necessario pagar.
Normalmente monotorizamos e corrigimos na entrada do circuito normalmente no PT. (posto de transformação). normalmente existem sistemas de condensadores para compensar a energia reactiva produzida de forma a que a energia reactiva que vamos enviar para a rede seja um valor desprezavel. Penso que a abaixo de 0.96 se paga, Por isso devemos ter os nossos sistemas de correção ajustados para 0.96- 0.97.
De uma forma simples penso ter ajudado.
é importante saber o energia reactiva que produzimos porque temos de a pagar! ou seja pagamos a consumida e a reactiva produzida, pensa como se fosse a embalagem de leite que compras lá para casa só precisas do leite e a embalagem para alguem a tratar e necessario pagar.
Normalmente monotorizamos e corrigimos na entrada do circuito normalmente no PT. (posto de transformação). normalmente existem sistemas de condensadores para compensar a energia reactiva produzida de forma a que a energia reactiva que vamos enviar para a rede seja um valor desprezavel. Penso que a abaixo de 0.96 se paga, Por isso devemos ter os nossos sistemas de correção ajustados para 0.96- 0.97.
De uma forma simples penso ter ajudado.
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- Velha Guarda
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Re: Energia Reactiva - pedido de explicação
Boa tarde.
Bem, respondendo à primeira pergunta, convém monotorizar o valor da energia reactiva, pois se ultrapassar determinado valor, o fornecedor de energia (EDP) vai cobrar a mesma. Por isso, a monotorização permite que a instalação controle esses valores, mantendo-os abaixo do limiar a partir do qual começa a ser cobrada a energia reactiva.
Quanto à segunda pergunta...depende muito da instalação, mas regra geral, tenta-se controlar o valor global. Podem no entanto, existir casos em que será mais conviniente ou viável, controlar um ou mais circuitos específicos.
Pode também dar-se o caso, de que seja mais proveitoso compensar essa energia reactiva, através de bancos de condesadores. E por vezes, estas medições ou monotorizações permitem quantificar exactamente a compensação necessária.
Bem, respondendo à primeira pergunta, convém monotorizar o valor da energia reactiva, pois se ultrapassar determinado valor, o fornecedor de energia (EDP) vai cobrar a mesma. Por isso, a monotorização permite que a instalação controle esses valores, mantendo-os abaixo do limiar a partir do qual começa a ser cobrada a energia reactiva.
Quanto à segunda pergunta...depende muito da instalação, mas regra geral, tenta-se controlar o valor global. Podem no entanto, existir casos em que será mais conviniente ou viável, controlar um ou mais circuitos específicos.
Pode também dar-se o caso, de que seja mais proveitoso compensar essa energia reactiva, através de bancos de condesadores. E por vezes, estas medições ou monotorizações permitem quantificar exactamente a compensação necessária.
Re: Energia Reactiva - pedido de explicação
Quer dizer então que essas medições são importantes numa fase inicial da utilização do edifício, onde depois dos ajustamentos realizados com a colocação de condensadores, já não necessitamos mais de acompanhar o valor da energia reactiva?
Numa habitação, por exemplo uma moradia, é comum essa colocação de condensadores ou as medições da ER são insignificantes?
Obrigado,
João
Numa habitação, por exemplo uma moradia, é comum essa colocação de condensadores ou as medições da ER são insignificantes?
Obrigado,
João
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Re: Energia Reactiva - pedido de explicação
nomukaiki Escreveu:Quer dizer então que essas medições são importantes numa fase inicial da utilização do edifício, onde depois dos ajustamentos realizados com a colocação de condensadores, já não necessitamos mais de acompanhar o valor da energia reactiva?
Caro que se deve acompanhar os consumos. O perfil do consumidor pode modificar-se e pode fazer sentido aconselhar outras medidas correctivas
Numa habitação, por exemplo uma moradia, é comum essa colocação de condensadores ou as medições da ER são insignificantes?
Por uma questão moral, deveria-se fazer. No entanto essa prática não é efectuada, porque os consumidores não são penalizados. Eventualmente, parte do que pagamos já cobram os custos, já que estatisticamente os valores são muito semelhantes para todos. No terciário e industrias, o caso muda de figura, não só devido ao facto de cada caso é um caso, mas também porque nestes casos a gravidade é maior
Obrigado,
João
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Re: Energia Reactiva - pedido de explicação
Boa tarde.
Bem, essas monotorizações costumam durar bastante tempo, salvo erro, cerca de 1 ano ou mais. E penso que mesmo depois, os aparelhos continuem instalados para monotorizar.
Numa moradia, como disse, os valores são irrelevantes, pelo que não se faz a compensação da energia reactiva.
Bem, essas monotorizações costumam durar bastante tempo, salvo erro, cerca de 1 ano ou mais. E penso que mesmo depois, os aparelhos continuem instalados para monotorizar.
Numa moradia, como disse, os valores são irrelevantes, pelo que não se faz a compensação da energia reactiva.
- buscapollos
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Re: Energia Reactiva - pedido de explicação
Boas tardes camaradas, saliento ao que já foi dito o facto de haver dois tipos de reactiva cobrada pela EDP a indutiva que de facto é compensada com baterias de condensadores e a capacitiva que se tem de compensar com baterias indutivas...
um abraço
um abraço
RUI MARQUES
Re: Energia Reactiva - pedido de explicação
normalmente para corrigir o factor de potencia utilizam-se bancos de condensadores que na pratica absorvem as oscilações produzidas por motores elecrtricos etc...
a questão que é preçiso tambem lembrar é que os condensadores teem tendençia a alterar a onda sinusoidal....ou seja se mantivermos um grande sistema capacitivo ligado na rede sem que existam motores eletricos ligados, estamos a enviar para a rede uma onda alterada o que acaba por afectar os utilizadores mais proximos....
existem sistemas no mercado que de forma automatica regulam a energia reactiva e MADE EM PORTUGAL de excelente qualidade.
resta ainda dizer que os consumidores residenciais que moram perto de zonas industriais, muitas vezes pagam muito mais pela corrente devido á sua má qualidade que é exageradamente corrigida ou existem demasiados equipamentos como fontes comutadas, inverters etc na zona industrial.
a questão que é preçiso tambem lembrar é que os condensadores teem tendençia a alterar a onda sinusoidal....ou seja se mantivermos um grande sistema capacitivo ligado na rede sem que existam motores eletricos ligados, estamos a enviar para a rede uma onda alterada o que acaba por afectar os utilizadores mais proximos....
existem sistemas no mercado que de forma automatica regulam a energia reactiva e MADE EM PORTUGAL de excelente qualidade.
resta ainda dizer que os consumidores residenciais que moram perto de zonas industriais, muitas vezes pagam muito mais pela corrente devido á sua má qualidade que é exageradamente corrigida ou existem demasiados equipamentos como fontes comutadas, inverters etc na zona industrial.
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Re: Energia Reactiva - pedido de explicação
Olá a todos
Para esclarecer uma dúvida destas a quem não percebe do ramo, não se deve responder com a técnica mas com o conhecimento empírico, se não vejamos:
Potência = Imperial,
A energia reactiva é a espuma da cerveja, que se paga mas não se bebe, ou seja a energia reactiva é a que se paga mas não se consome (que para se minorar deve ser compensada) a cerveja sem espuma é a restante potência.
Para esclarecer uma dúvida destas a quem não percebe do ramo, não se deve responder com a técnica mas com o conhecimento empírico, se não vejamos:
Potência = Imperial,
A energia reactiva é a espuma da cerveja, que se paga mas não se bebe, ou seja a energia reactiva é a que se paga mas não se consome (que para se minorar deve ser compensada) a cerveja sem espuma é a restante potência.
Re: Energia Reactiva - pedido de explicação
O que é a Energia Reactiva
A energia reactiva é uma forma de energia eléctrica que não produz trabalho, mas que é necessária ao funcionamento da maioria dos equipamentos eléctricos ou electromecânicos instalados em praticamente todas as instalações de utilização de energia, em particular, nas instalações afectas às unidades industriais.
São exemplo deste tipo de equipamento as cargas indutivas dos motores eléctricos de corrente alternada, as lâmpadas de descarga (como, por exemplo, as vulgares lâmpadas fluorescentes) ou as cargas capacitivas provenientes, por exemplo, dos equipamentos informáticos (computadores).
Esta energia produz inconvenientes quer para o consumidor, quer para o operador da rede de distribuição, tais como:
Acréscimo na conta de energia eléctrica por estar a operar com baixo factor de potência;
Limitação da capacidade dos transformadores de alimentação;
Quedas e flutuações de tensão nos circuitos de distribuição;
Sobrecarga nos equipamentos de manobra limitando sua vida útil;
Aumento das perdas eléctricas nos circuitos e na linha de distribuição pelo efeito Joule;
Necessidade de aumento do diâmetro dos condutores;
Necessidade de aumento da capacidade dos equipamentos de manobra e protecção.
Factor de Potência
O factor de potência, denominado cos φ, representa a fracção da energia eléctrica que é transformada em trabalho, dada pela relação P/S , em que P é a Potencia activa e S a Potencia total ou Aparente.
Cpt
RC
A energia reactiva é uma forma de energia eléctrica que não produz trabalho, mas que é necessária ao funcionamento da maioria dos equipamentos eléctricos ou electromecânicos instalados em praticamente todas as instalações de utilização de energia, em particular, nas instalações afectas às unidades industriais.
São exemplo deste tipo de equipamento as cargas indutivas dos motores eléctricos de corrente alternada, as lâmpadas de descarga (como, por exemplo, as vulgares lâmpadas fluorescentes) ou as cargas capacitivas provenientes, por exemplo, dos equipamentos informáticos (computadores).
Esta energia produz inconvenientes quer para o consumidor, quer para o operador da rede de distribuição, tais como:
Acréscimo na conta de energia eléctrica por estar a operar com baixo factor de potência;
Limitação da capacidade dos transformadores de alimentação;
Quedas e flutuações de tensão nos circuitos de distribuição;
Sobrecarga nos equipamentos de manobra limitando sua vida útil;
Aumento das perdas eléctricas nos circuitos e na linha de distribuição pelo efeito Joule;
Necessidade de aumento do diâmetro dos condutores;
Necessidade de aumento da capacidade dos equipamentos de manobra e protecção.
Factor de Potência
O factor de potência, denominado cos φ, representa a fracção da energia eléctrica que é transformada em trabalho, dada pela relação P/S , em que P é a Potencia activa e S a Potencia total ou Aparente.
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Re: Energia Reactiva - pedido de explicação
Apenas para acrescentar que de acordo com os despachos 7253/2010 e 12605/2010, vão ser introduzidos 3 novos escalões de preço em função da tg fi.
a) Superior ou igual a 30% e inferior a 40%. k=0,3
b) Superior ou igual a 40% e inferior a 50%. k=1
c) Superior ou igual a 50%. k=3
http://www.edpsu.pt/pt/destaques/docume ... 3_2010.pdf
http://dre.pt/pdf2sdip/2010/08/150000000/4165641657.pdf
a) Superior ou igual a 30% e inferior a 40%. k=0,3
b) Superior ou igual a 40% e inferior a 50%. k=1
c) Superior ou igual a 50%. k=3
http://www.edpsu.pt/pt/destaques/docume ... 3_2010.pdf
http://dre.pt/pdf2sdip/2010/08/150000000/4165641657.pdf
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Re: Energia Reactiva - pedido de explicação
Cá fica mais um documento para clarificar as novas regras de facturação de energia reactiva:parreirajoao Escreveu:Apenas para acrescentar que de acordo com os despachos 7253/2010 e 12605/2010, vão ser introduzidos 3 novos escalões de preço em função da tg fi.
a) Superior ou igual a 30% e inferior a 40%. k=0,3
b) Superior ou igual a 40% e inferior a 50%. k=1
c) Superior ou igual a 50%. k=3
http://www.edpsu.pt/pt/destaques/docume ... 3_2010.pdf
http://dre.pt/pdf2sdip/2010/08/150000000/4165641657.pdf
http://www.erse.pt/pt/consultaspublicas ... 3_2010.pdf