Boas.
Alguém sabe explicar as razões pelas quais quando é ligado um campo gerador fotovoltaico à rede de energia eléctrica em baixa, média ou mesmo alta tensão existem limitações em relação à potência de curto-circuito (ex.: em BT se a potência aparente for menor ou igual a 100kVA a potência de curto-circuito no ponto de ligação deve ser maior que 25x a potência aparente do campo, S<=100kVA e Sccmin > 25xS).
Esta informação está no Manual de Ligações à Rede Eléctrica de Serviço Público da EDP que podem encontrar no link seguinte: http://www.edpdistribuicao.pt/pt/infoce ... de_web.pdf (pág. 34).
A questão é por exemplo se não se verificar a condição de Sccmin > 25xS porquê que não se pode ligar num determinado ponto da rede de distribuição de BT, MT ou AT? Será devido à "perturbação" na tensão (tensões elevadas superiores a 230+/-10%) que um campo gerador fotovoltaico pode provocar, logo, no ponto de ligação deve existir uma potência de curto-circuito mínima para minimizar este efeito!?
Potência de curto-circuito dos pontos de ligação de centrais
- joaoosvaldo
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Re: Potência de curto-circuito dos pontos de ligação de cent
Sei que a entrada de uma nova central vai aumentar a potência de curto-circuito, logo, é necessário ver se todos os equipamentos (protecções, etc.) suportam a mesma. Mas e quais outras implicações por que tem de se cumprir a condição indicada anteriormente de Sccmin > 25xS ?
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Re: Potência de curto-circuito dos pontos de ligação de cent
Joao
Sim, também está no "Guia de Produção Independente" da DGEG.
Estive a trocar ums inpressões com um professor meu e ele disse-me que isso tem a haver com a estabilidade da rede. Ou seja não convém ligarmos um centro electroprodutor (por exemplo um parque solar), em que a potência de curto-circuito seja inferior a 25*S.
Imagina que num determinado ponto desse centro electroprodutor, tens um motor que te exige uma determinada corrente de arranque. Se tiveres não tiveres uma potência de curto-circuito elevada (impedância a montante a tender para zero), é bem possivel que o motor não arranque e que a rede fique perturbada, dando origem a um blackout.
Concluindo: O objectivo é estabilizar a rede.
Sim, também está no "Guia de Produção Independente" da DGEG.
Estive a trocar ums inpressões com um professor meu e ele disse-me que isso tem a haver com a estabilidade da rede. Ou seja não convém ligarmos um centro electroprodutor (por exemplo um parque solar), em que a potência de curto-circuito seja inferior a 25*S.
Imagina que num determinado ponto desse centro electroprodutor, tens um motor que te exige uma determinada corrente de arranque. Se tiveres não tiveres uma potência de curto-circuito elevada (impedância a montante a tender para zero), é bem possivel que o motor não arranque e que a rede fique perturbada, dando origem a um blackout.
Concluindo: O objectivo é estabilizar a rede.
joaoosvaldo Escreveu:Boas.
Alguém sabe explicar as razões pelas quais quando é ligado um campo gerador fotovoltaico à rede de energia eléctrica em baixa, média ou mesmo alta tensão existem limitações em relação à potência de curto-circuito (ex.: em BT se a potência aparente for menor ou igual a 100kVA a potência de curto-circuito no ponto de ligação deve ser maior que 25x a potência aparente do campo, S<=100kVA e Sccmin > 25xS).
Esta informação está no Manual de Ligações à Rede Eléctrica de Serviço Público da EDP que podem encontrar no link seguinte: http://www.edpdistribuicao.pt/pt/infoce ... de_web.pdf (pág. 34).
A questão é por exemplo se não se verificar a condição de Sccmin > 25xS porquê que não se pode ligar num determinado ponto da rede de distribuição de BT, MT ou AT? Será devido à "perturbação" na tensão (tensões elevadas superiores a 230+/-10%) que um campo gerador fotovoltaico pode provocar, logo, no ponto de ligação deve existir uma potência de curto-circuito mínima para minimizar este efeito!?
- joaoosvaldo
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Re: Potência de curto-circuito dos pontos de ligação de cent
Pois também acho que essa é uma das razões. Mas e porquê que é 25x e não 20x por exemplo. Deve existir algum cálculo para justificar este valorparreirajoao Escreveu:Joao
Sim, também está no "Guia de Produção Independente" da DGEG.
Estive a trocar ums inpressões com um professor meu e ele disse-me que isso tem a haver com a estabilidade da rede. Ou seja não convém ligarmos um centro electroprodutor (por exemplo um parque solar), em que a potência de curto-circuito seja inferior a 25*S.
Imagina que num determinado ponto desse centro electroprodutor, tens um motor que te exige uma determinada corrente de arranque. Se tiveres não tiveres uma potência de curto-circuito elevada (impedância a montante a tender para zero), é bem possivel que o motor não arranque e que a rede fique perturbada, dando origem a um blackout.
Concluindo: O objectivo é estabilizar a rede.
joaoosvaldo Escreveu:Boas.
Alguém sabe explicar as razões pelas quais quando é ligado um campo gerador fotovoltaico à rede de energia eléctrica em baixa, média ou mesmo alta tensão existem limitações em relação à potência de curto-circuito (ex.: em BT se a potência aparente for menor ou igual a 100kVA a potência de curto-circuito no ponto de ligação deve ser maior que 25x a potência aparente do campo, S<=100kVA e Sccmin > 25xS).
Esta informação está no Manual de Ligações à Rede Eléctrica de Serviço Público da EDP que podem encontrar no link seguinte: http://www.edpdistribuicao.pt/pt/infoce ... de_web.pdf (pág. 34).
A questão é por exemplo se não se verificar a condição de Sccmin > 25xS porquê que não se pode ligar num determinado ponto da rede de distribuição de BT, MT ou AT? Será devido à "perturbação" na tensão (tensões elevadas superiores a 230+/-10%) que um campo gerador fotovoltaico pode provocar, logo, no ponto de ligação deve existir uma potência de curto-circuito mínima para minimizar este efeito!?

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Re: Potência de curto-circuito dos pontos de ligação de cent
Artº 8 do DL 168/99
Nos casos em que a interligação à rede do Sistema Eléctrico de Abastecimento Público (SEP) seja feita em baixa tensão, a potência de ligação do sistema
de produção não pode exceder 4% da potência de curto- circuito mínima no ponto de interligação, tendo como máximo o valor de 100 kW.
Não sei qual a justificação dos 25*Sn.
Presumo que também terá de haver com a regulação das protecções a montante. Caso o valor seja inferior, é bem possivel que em caso de cc, a protecção não o veja e não actue.
Nos casos em que a interligação à rede do Sistema Eléctrico de Abastecimento Público (SEP) seja feita em baixa tensão, a potência de ligação do sistema
de produção não pode exceder 4% da potência de curto- circuito mínima no ponto de interligação, tendo como máximo o valor de 100 kW.
Não sei qual a justificação dos 25*Sn.
Presumo que também terá de haver com a regulação das protecções a montante. Caso o valor seja inferior, é bem possivel que em caso de cc, a protecção não o veja e não actue.
joaoosvaldo Escreveu:Pois também acho que essa é uma das razões. Mas e porquê que é 25x e não 20x por exemplo. Deve existir algum cálculo para justificar este valorparreirajoao Escreveu:Joao
Sim, também está no "Guia de Produção Independente" da DGEG.
Estive a trocar ums inpressões com um professor meu e ele disse-me que isso tem a haver com a estabilidade da rede. Ou seja não convém ligarmos um centro electroprodutor (por exemplo um parque solar), em que a potência de curto-circuito seja inferior a 25*S.
Imagina que num determinado ponto desse centro electroprodutor, tens um motor que te exige uma determinada corrente de arranque. Se tiveres não tiveres uma potência de curto-circuito elevada (impedância a montante a tender para zero), é bem possivel que o motor não arranque e que a rede fique perturbada, dando origem a um blackout.
Concluindo: O objectivo é estabilizar a rede.
joaoosvaldo Escreveu:Boas.
Alguém sabe explicar as razões pelas quais quando é ligado um campo gerador fotovoltaico à rede de energia eléctrica em baixa, média ou mesmo alta tensão existem limitações em relação à potência de curto-circuito (ex.: em BT se a potência aparente for menor ou igual a 100kVA a potência de curto-circuito no ponto de ligação deve ser maior que 25x a potência aparente do campo, S<=100kVA e Sccmin > 25xS).
Esta informação está no Manual de Ligações à Rede Eléctrica de Serviço Público da EDP que podem encontrar no link seguinte: http://www.edpdistribuicao.pt/pt/infoce ... de_web.pdf (pág. 34).
A questão é por exemplo se não se verificar a condição de Sccmin > 25xS porquê que não se pode ligar num determinado ponto da rede de distribuição de BT, MT ou AT? Será devido à "perturbação" na tensão (tensões elevadas superiores a 230+/-10%) que um campo gerador fotovoltaico pode provocar, logo, no ponto de ligação deve existir uma potência de curto-circuito mínima para minimizar este efeito!?!?
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Re: Potência de curto-circuito dos pontos de ligação de cent
Mais uma informação:
A ligação do gerador à rede eléctrica pública não deve provocar variações significativas da tensão da rede. Esta condição pode ser avaliada pelo cálculo do aumento de tensão no ponto de interligação.
Segundo o GTPIEE, se o resultado for inferior a 1 %, é provável que a ligação não provoque uma perturbação significativa.
Esta condição também pode ser estimada pelo rácio entre a potência de curto-circuito no ponto de interligação e a potência máxima aparente (potência AC) do sistema fotovoltaico (na Alemanha, este rácio nunca é superior a 50).
A potência de curto-circuito mínima no ponto de interligação é fornecida pelo concessionário da rede de recepção. A partir deste valor é possível determinar a potência mínima de curto-circuito (Sccm).
Sccm = IPC x Un 1,73
Segundo o GTPIEE, deve-se optar pela ligação a uma rede de baixa tensão ou de média tensão, conforme se verifique o seguinte:
BT, se: S<= 0,1 MVA e Sccm >= 25 x S
MT, AT, MAT, se: 0,1 MVA < S <= 0,1 MVA e Sccm <= 20 x S
S - Potência aparente total do gerador fotovoltaico
Caso não se verifique a condição anterior para os sistemas ligados em baixa tensão, poderá ser necessário a ligação à rede de média tensão. Esta situação levaria a um aumento dos custos totais de investimento para o operador do sistema fotovoltaico.
A ligação do gerador à rede eléctrica pública não deve provocar variações significativas da tensão da rede. Esta condição pode ser avaliada pelo cálculo do aumento de tensão no ponto de interligação.
Segundo o GTPIEE, se o resultado for inferior a 1 %, é provável que a ligação não provoque uma perturbação significativa.
Esta condição também pode ser estimada pelo rácio entre a potência de curto-circuito no ponto de interligação e a potência máxima aparente (potência AC) do sistema fotovoltaico (na Alemanha, este rácio nunca é superior a 50).
A potência de curto-circuito mínima no ponto de interligação é fornecida pelo concessionário da rede de recepção. A partir deste valor é possível determinar a potência mínima de curto-circuito (Sccm).
Sccm = IPC x Un 1,73
Segundo o GTPIEE, deve-se optar pela ligação a uma rede de baixa tensão ou de média tensão, conforme se verifique o seguinte:
BT, se: S<= 0,1 MVA e Sccm >= 25 x S
MT, AT, MAT, se: 0,1 MVA < S <= 0,1 MVA e Sccm <= 20 x S
S - Potência aparente total do gerador fotovoltaico
Caso não se verifique a condição anterior para os sistemas ligados em baixa tensão, poderá ser necessário a ligação à rede de média tensão. Esta situação levaria a um aumento dos custos totais de investimento para o operador do sistema fotovoltaico.