Alimentação de Quadro geral

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JoaoB
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Alimentação de Quadro geral

Mensagem por JoaoB »

Boas,
Tenho uma obra onde o projectista calculou a seginte alimentação do transformador ao QGBT:

- Transformador de 1600KVA
- Distância do transformador ao QGBT - 8m
- O corte geral do QGBT é um disjuntor de 2500A
- 3x (3XV1x400 + XV1x400) assentes em calha aramada ligeiramente sobreelevada no fundo de uma caleira, estes cabos não vão ter mais canalizações perto.

muito abertamente, eu nem sequer olhei muito para isto, agora necessitamos de instalar o PT e como o cabo XV 1x400 não é de secção comercial, pedimos ao projectista para rectificar o cálculo para cabos XV 1x300, em condições normais 4 vias dariam para garantir por cima a mesma corrente nominal da alimentação que ele calculou... o problema foi como ele fez os cálculos!!!
O homem respondeu que aceitava a alteração se nós fizessemos os cálculos e mandassemos para ele :D , eu meti mãos á obra para não haver mais chatisses e cheguei á conclusão que ou os cálculos dele estão muito errados, ou eu estou a ver muito mal!!!
A começar pelo método de referência, estou entre o método F e o B (?), passando pelos coeficientes de simultaneadade, não consigo chegar aos valores dele... alguém me confirma as suspeitas?

Já agora, para vocês a instalação de calha aramada para efeitos de método de referência é equivalente a calha caminho de cabos perfurada ou tipo escada?
GFerreira258
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Re: Alimentação de Quadro geral

Mensagem por GFerreira258 »

Cada edificio terá de ter um corte geral.

Se precisares de mais informação dispoe.

CPS
Duzia12
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Re: Alimentação de Quadro geral

Mensagem por Duzia12 »

Expõem as contas para não estarmos a falar no ar.
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joaoosvaldo
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Re: Alimentação de Quadro geral

Mensagem por joaoosvaldo »

Apesar da questão inicial ser de 23 de Janeiro de 2012 só agora a vi com atenção, embora provavelmente a questão possa já estar resolvida deixo o meu comentário até porque já tive esta dúvida uma vez no cálculo dos cabos para um PT em cabine baixa e esta dúvida pode ser também a de algum colega.

Antes de mais fiquei com uma dúvida por que não percebo o que é "assentes em calha aramada ligeiramente sobreelevada no fundo de uma caleira" :? :!:

Para mim das duas uma ou é esteira metálica (1.º caso) ou é em caleira com tampa metálica no pavimento (2.º caso). Se já existe caleira técnica no pavimento não precisa de levar esteira, os cabos podem ficar assentes no pavimento da caleira :!:


1.º Para o primeiro caso (esteira metálica) o método de referência é o F para cabos monocondutores sem afastamento ou G para os cabos monocondutores com afastamento. Devendo utilizar-se os seguintes quadros para obter as correntes admissíveis:

- Quadro 52-C9: para condutores em cobre e isolamento PVC;
- Quadro 52-C10: para condutores em alumínio e isolamento PVC;
- Quadro 52-C11: para condutores em cobre e isolamento XLPE;
- Quadro 52-C12: para condutores em alumínio e isolamento XLPE.

Neste caso aplica-se o Quadro 52-E5 para obter o fator de correção. Considerando que a temperatura ambiente é de 30ºC não se aplicam mais fatores de correção.
Ter em atenção a nota para o n.º de circuitos trifásicos no Quadro 52-E5: "Para os circuitos constituídos por vários cabos em paralelo por fase cada grupo de três condutores deve ser considerado como um único circuito para a determinação do número de circuitos trifásicos.". Logo, na tabela existem fatores de correção apenas para até 3 cabos monocondutores em paralelo por fase.

Exemplo:
Para um transformador de 1600kVA e desprezando as potências de perdas apenas para facilidade de cálculo neste exemplo a corrente de serviço é de:

IB~2310A

Utilizando o método de referência F (sem afastamento) e para condutores de cobre com isolamento a XLPE utiliza-se o quadro 52-C11 e com 3 cabos monocondutores por fase em paralelo de 300mm2 obtém-se uma corrente admissível de 2604A. Aplicando o fator de correção do Quadro 52-E5, considerando apenas um caminho de cabos e caminhos de cabos perfurados horizontais obtém-se um fator de correção de 0.87, logo, a corrente admissível corrigida é de 2265.5A (2604x0.87) o que não é suficiente :!: Logo, utiliza-se a secção acima de 400mm2 ou então 4 cabos monocondutores em paralelo de 300mm2.

Para os 4 cabos monocondutores de 300mm2 obtém-se um Iz=3472A. Como o Quadro 52-E5 não apresenta fator de correção para os 4 cabos em paralelo a solução que vejo é utilizar o fator do Quadro 52-E5 considerando dois caminhos de cabos e 3 circuitos trifásicos, fator de 0.81 :? :!: Neste caso o I'z=2812.3A o que já é suficiente. Mesmo que fosse utilizado o fator de correção mais desfavorável da tabela para o modo de instalação 13 que é de 0.78 os 4 cabos em paralelo continuavam a ser suficientes por isso acho que se pode justificar desta forma :!:

Verificação:

IB <= In <= I'z -> 2310A <= 2500A <= 2812.3A OK
I2 <= 1.45xI'z -> 3250A <= 4077.8A (I2=1.30xIn para disjuntores segundo a Norma EN 60947) OK


2.º Para o segundo caso (caleira técnica) o método de referência mais adequado será o B2, modo de instalação 33A (cabos mono ou multicondutores em calhas embebidas nos pavimentos e nas paredes) para cabo de cobre XLPE (Quadro 52-C14).

O quadro das correntes admissíveis seria o 52-C14 para cabos de cobre com isolamento em XLPE (XV) o problema é que neste quadro a secção máxima existente é de 120mm2 o que é impraticável pois tinham-se de utilizar cerca de 10 ou 11 (em função do fator de correção) cabos monocondutores em paralelo por fase.

Em conclusão deve-se realizar a canalização em esteira metálica (assente no pavimento) porque senão não existe forma de fundamentar a escolha (porque não temos os Iz's para secções superiores a 120mm2) a não ser que se utilizem as tabelas de correntes admissíveis dos fabricantes como se fazia antes das R.T.I.E.B.T..

Ver ainda o seguinte link: http://www.eletricidade.net/viewtopic.php?f=22&t=12570 (colocação de fases em linhas com vários condutores por fase).

E também o seguinte link: http://www.eletricidade.net/viewtopic.p ... VV&start=0.
Cumprimentos,

João Osvaldo Sousa


Email: joaoosvaldo@eletricidade.net
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