Dúvida - Balanço de potência
Dúvida - Balanço de potência
Boa noite.
Queria pedir a alguém que me pudesse esclarecer esta dúvida, que me explicasse como posso eu calcular o balanço de potência de uma instalação, seja ela, por exemplo, uma fábrica onde existem diversos equipamentos e componentes eléctricos, nomeadamente motores, iluminação (lâmpadas fluorescentes e incandescentes) e tomadas de uso geral.
Suponhamos que tenho as potências aparentes de cada componente/equipamento e ainda o respectivo factor de potência, tudo tabelado.
Como devo proceder para calcular o balanço de potência desta instalação?
Eu pensei em, 1º calcular as potências reais de cada equipamento/componente e depois somar tudo.
Potência real = Potência aparente * factor de potência
Corrijam-me se estiver errado.
Queria pedir a alguém que me pudesse esclarecer esta dúvida, que me explicasse como posso eu calcular o balanço de potência de uma instalação, seja ela, por exemplo, uma fábrica onde existem diversos equipamentos e componentes eléctricos, nomeadamente motores, iluminação (lâmpadas fluorescentes e incandescentes) e tomadas de uso geral.
Suponhamos que tenho as potências aparentes de cada componente/equipamento e ainda o respectivo factor de potência, tudo tabelado.
Como devo proceder para calcular o balanço de potência desta instalação?
Eu pensei em, 1º calcular as potências reais de cada equipamento/componente e depois somar tudo.
Potência real = Potência aparente * factor de potência
Corrijam-me se estiver errado.
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Re: Dúvida - Balanço de potência
Boa noite.
A potência aparente multiplicada pelo factor de potência é igual à potência activa.
E para se fazer um balanço das potências, devem somar-se todas as potências aparentes da instalação.
A potência aparente multiplicada pelo factor de potência é igual à potência activa.
E para se fazer um balanço das potências, devem somar-se todas as potências aparentes da instalação.
Re: Dúvida - Balanço de potência
Desde já agradeço a resposta.
Portanto devo fazer o somatório de todas as potências aparentes e não das potências activas, correcto ?
Uma última questão: caso na minha questão anterior se impuser que na instalação existem três motores de 50 kVA e estes funcionam a 80% da sua carga nominal, como fica então o balanço de potência ?
Será necessário fazer 0,8*50=40 kVA e considero então esta potência (40 kVA) para o balanço de potência ?
Portanto devo fazer o somatório de todas as potências aparentes e não das potências activas, correcto ?
Uma última questão: caso na minha questão anterior se impuser que na instalação existem três motores de 50 kVA e estes funcionam a 80% da sua carga nominal, como fica então o balanço de potência ?
Será necessário fazer 0,8*50=40 kVA e considero então esta potência (40 kVA) para o balanço de potência ?
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Re: Dúvida - Balanço de potência
as instalações devem ser dimensionadas pelo que as chapas de caracteristicas dos motores dizem, se é um motor de 50kVA é esse valor que tem que ter em consideração
Jaime Reis
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Re: Dúvida - Balanço de potência
Deve é somar a potência activa de todos os equipamentos, depois somar a potência reactiva de todos os equipamentos e finalmente obter a potência aparente através de S=raizq(P^2 + Q^2). Ou então tendo a potência aparente e cos fi determinar as potências activas e reactivas de cada equipamento, somar todas as activas (entre si de cada equipamento, soma de todas as activas) e reactivas (entre si de cada equipamento, soma de todas as reactivas) e a partir destas é que se obtem a potência aparente da instalação.
A soma das potências aparentes só é válida quando todos os equipamentos têm o mesmo factor de potência o que nunca é verdade ou pelo menos quase nunca numa instalação real!
A diferença até pode ser "mínima" (a nível de resultado) entre somar as potências aparentes e fazer como descrito acima mas somar as potências aparentes está errado!
Para ver a diferença basta fazer um pequeno exemplo:
Máquina 1: 50kVA e cos fi de 0.8;
Máquina 2: 60kVA e cos fi de 0.9.
Se somar as potências aparentes dá 110kVA (valor errado).
O correcto será:
P1= cos fi1 x S1 = 40kW;
P2= cos fi2 x S2 = 54kW;
Q1= raizq(S1^2 - P1^2) = 30kVAr;
Q2= raizq(S2^2 - P2^2) = 26.153kVAr;
Pt= P1 + P2 = 94kW;
Qt= Q1 + Q2 = 56.153kVAr;
St= raizq(Pt^2 + Qt^2) = 109.495kVA.
A diferença é mínima mas só o valor de 109.495kVA é que está correcto.
Com rigor é assim.
A soma das potências aparentes só é válida quando todos os equipamentos têm o mesmo factor de potência o que nunca é verdade ou pelo menos quase nunca numa instalação real!
A diferença até pode ser "mínima" (a nível de resultado) entre somar as potências aparentes e fazer como descrito acima mas somar as potências aparentes está errado!
Para ver a diferença basta fazer um pequeno exemplo:
Máquina 1: 50kVA e cos fi de 0.8;
Máquina 2: 60kVA e cos fi de 0.9.
Se somar as potências aparentes dá 110kVA (valor errado).
O correcto será:
P1= cos fi1 x S1 = 40kW;
P2= cos fi2 x S2 = 54kW;
Q1= raizq(S1^2 - P1^2) = 30kVAr;
Q2= raizq(S2^2 - P2^2) = 26.153kVAr;
Pt= P1 + P2 = 94kW;
Qt= Q1 + Q2 = 56.153kVAr;
St= raizq(Pt^2 + Qt^2) = 109.495kVA.
A diferença é mínima mas só o valor de 109.495kVA é que está correcto.
Com rigor é assim.
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Re: Dúvida - Balanço de potência
Para efectuar um balanço de potências de uma instalação deve de atribuir valores a:
1 - Factor de utilização máximo (Ku):
Iluminação e aquecimento = 1
Motores industriais = 0,75 a 1.
Nota: Pu=Ku*Pi
2 - Factor de simultaneidade (Ks1): É aplicado ao nível dos circuitos de cada quadro parcial.
Iluminação e AVAC = 1
Conjunto de motores = 0,6 a 1
3 - Factor de simultaneidade (Ks2): É aplicado ao nível do quadro parcial. De 0,6 a 0,9
3 - Factor de simultaneidade (Ks3): É aplicado ao nível do QGBT/QE. De 0,8 a 0,9
Potência global da instalação: P= Ks3*Pu
Vê o exemplo em anexo.
1 - Factor de utilização máximo (Ku):
Iluminação e aquecimento = 1
Motores industriais = 0,75 a 1.
Nota: Pu=Ku*Pi
2 - Factor de simultaneidade (Ks1): É aplicado ao nível dos circuitos de cada quadro parcial.
Iluminação e AVAC = 1
Conjunto de motores = 0,6 a 1
3 - Factor de simultaneidade (Ks2): É aplicado ao nível do quadro parcial. De 0,6 a 0,9
3 - Factor de simultaneidade (Ks3): É aplicado ao nível do QGBT/QE. De 0,8 a 0,9
Potência global da instalação: P= Ks3*Pu
Vê o exemplo em anexo.
flyer2222 Escreveu:Boa noite.
Queria pedir a alguém que me pudesse esclarecer esta dúvida, que me explicasse como posso eu calcular o balanço de potência de uma instalação, seja ela, por exemplo, uma fábrica onde existem diversos equipamentos e componentes eléctricos, nomeadamente motores, iluminação (lâmpadas fluorescentes e incandescentes) e tomadas de uso geral.
Suponhamos que tenho as potências aparentes de cada componente/equipamento e ainda o respectivo factor de potência, tudo tabelado.
Como devo proceder para calcular o balanço de potência desta instalação?
Eu pensei em, 1º calcular as potências reais de cada equipamento/componente e depois somar tudo.
Potência real = Potência aparente * factor de potência
Corrijam-me se estiver errado.
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Re: Dúvida - Balanço de potência
Está a falar da canalização eléctrica que sai do quadro para o respectivo motor eléctrico.
No entanto esse mesmo quadro poderá ser afectado de um coeficiente de por exemplo 0,8. Não tem de ser unitário.
Dou-lhe um exemplo:
Numa fábrica de baterias para carros, os tecnólogos informaram-nos que o Ks a utilizar seria = 0,3. Isto quer dizer se um determinado quadro eléctrico tiver uma potência de 100 kVA, a sua canalização, apenas será dimensionada para 33 kVA.
Isto aplicado a "n" quadros, terá transformadores de distribuição com potência bem mais reduzidas, se colocasse tudo com ks=1.
No entanto esse mesmo quadro poderá ser afectado de um coeficiente de por exemplo 0,8. Não tem de ser unitário.
Dou-lhe um exemplo:
Numa fábrica de baterias para carros, os tecnólogos informaram-nos que o Ks a utilizar seria = 0,3. Isto quer dizer se um determinado quadro eléctrico tiver uma potência de 100 kVA, a sua canalização, apenas será dimensionada para 33 kVA.
Isto aplicado a "n" quadros, terá transformadores de distribuição com potência bem mais reduzidas, se colocasse tudo com ks=1.
jaimereis Escreveu:as instalações devem ser dimensionadas pelo que as chapas de caracteristicas dos motores dizem, se é um motor de 50kVA é esse valor que tem que ter em consideração
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Re: Dúvida - Balanço de potência
Pois faltava referir os factores de simultaneidade.
Aqui o ideal seria saber em cada quadro parcial qual a situação mais desfavorável, ou seja, número de máquinas ou outros equipamentos com funcionamento simultâneo (máxima potência expectável no quadro) e fazer o cálculo para esta situação. O problema é que estes dados normalmente ninguém nos dá!!! Das duas uma ou conhecemos bem o processo e sabemos qual a situação mais desfavorável (situação ideal) ou então temos mesmo de aplicar factores de simultaneidade.
Aqui o ideal seria saber em cada quadro parcial qual a situação mais desfavorável, ou seja, número de máquinas ou outros equipamentos com funcionamento simultâneo (máxima potência expectável no quadro) e fazer o cálculo para esta situação. O problema é que estes dados normalmente ninguém nos dá!!! Das duas uma ou conhecemos bem o processo e sabemos qual a situação mais desfavorável (situação ideal) ou então temos mesmo de aplicar factores de simultaneidade.
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Re: Dúvida - Balanço de potência
joaoosvaldo Escreveu:Pois faltava referir os factores de simultaneidade.
Aqui o ideal seria saber em cada quadro parcial qual a situação mais desfavorável, ou seja, número de máquinas ou outros equipamentos com funcionamento simultâneo (máxima potência expectável no quadro) e fazer o cálculo para esta situação. O problema é que estes dados normalmente ninguém nos dá!!! Das duas uma ou conhecemos bem o processo e sabemos qual a situação mais desfavorável (situação ideal) ou então temos mesmo de aplicar factores de simultaneidade.
realmente eu só considerava os factores de simultaneidade no fim, isto é somava as potencias todas, das maquinas e equipamentos, iluminação, só depois aplicava as tabelas de simultaneidade, mas vendo bem se tivermos á priori os factores de utilização maximos é melhor
já agora, não tem bem a ver com isto mas para determinar a secção do cabo de elevadores ou achar-mos a potencia total podemos considerar esta formula?
Ieqt = Ieq1 + 3/4Ieq2 + 2/3( sum Ieq)
Ieq Corrente equivalente
Ieqt Corrente equivalente total
Iar Corrente de arranque
In corrente nominal
sendo Ieq = In + 1/3 Iar
Última edição por jaimereis em 30 set 2011, 21:20, editado 1 vez no total.
Jaime Reis
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Re: Dúvida - Balanço de potência
já corriji a formula
é que quando tirei o curso, era assim que ensinavam na escola, o engraçado é que foi assim na Afonso Domingues e uns anos mais tarde quando tirei um CET o mesmo aconteceu na Marques de Pombal
já agora pode dar-me uma ideia de como se faz, é para consolidar umas ideias
é que quando tirei o curso, era assim que ensinavam na escola, o engraçado é que foi assim na Afonso Domingues e uns anos mais tarde quando tirei um CET o mesmo aconteceu na Marques de Pombal
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Re: Dúvida - Balanço de potência
Ver o documento em anexo.jaimereis Escreveu:já corriji a formula
é que quando tirei o curso, era assim que ensinavam na escola, o engraçado é que foi assim na Afonso Domingues e uns anos mais tarde quando tirei um CET o mesmo aconteceu na Marques de Pombal
já agora pode dar-me uma ideia de como se faz, é para consolidar umas ideias
Penso que está a falar de elevadores "habitacionais" e nestes casos não é necessário utilizar essa fórmula porque a corrente de arranque não é elevada visto que são utilizados tipos de variadores de velocidade. Essa fórmula aplica-se a motores por exemplo com arranque directo e estrela-triângulo que não é o caso dos elevadores "habitacionais".
- Anexos
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- Forca_Motriz.pdf
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Re: Dúvida - Balanço de potência
obrigado pelo o documento
pois, por acaso já tinha pensado nisso, agora com os elevadores novos com arranque electronico, mas o caso foi á uns tempos atráz, num edificio habitacional, convertido em escritorios( uma secrataria de estado ), com três elevadores da Hercules , ( motores de arranque directo, a Hercules é actualmente OTIS), em que o cabo que alimentava o quadro das maquinas apresentava um aquecimento acima do normal( nada de grave, mas acima do normal), neste caso se era possivel aplicar este calculo?
pois, por acaso já tinha pensado nisso, agora com os elevadores novos com arranque electronico, mas o caso foi á uns tempos atráz, num edificio habitacional, convertido em escritorios( uma secrataria de estado ), com três elevadores da Hercules , ( motores de arranque directo, a Hercules é actualmente OTIS), em que o cabo que alimentava o quadro das maquinas apresentava um aquecimento acima do normal( nada de grave, mas acima do normal), neste caso se era possivel aplicar este calculo?
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Re: Dúvida - Balanço de potência
Mal não tem pode é ficar sobredimensionado! É necessário é saber qual a corrente de arranque se é muito superior à nominal, se for então aplica-se esse cálculo.jaimereis Escreveu:obrigado pelo o documento
pois, por acaso já tinha pensado nisso, agora com os elevadores novos com arranque electronico, mas o caso foi á uns tempos atráz, num edificio habitacional, convertido em escritorios( uma secrataria de estado ), com três elevadores da Hercules , ( motores de arranque directo, a Hercules é actualmente OTIS), em que o cabo que alimentava o quadro das maquinas apresentava um aquecimento acima do normal( nada de grave, mas acima do normal), neste caso se era possivel aplicar este calculo?
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Re: Dúvida - Balanço de potência
Outro ponto importante é o cálculo da queda de tensão no momento do arranque dos motores. Utilizam-se as fórmulas usuais da q.d.t. mas substitui-se a corrente pela corrente de arranque do motor e com cos fi para o regime de arranque inferior ao considerado em regime permanente (na falta de elementos mais precisos dever-se-á considerar cos fi = 0.35).
Os valores típicos das correntes de arranque são:
- Arranque directo: 6xIn;
- Arranque estrela-triângulo: 3xIn;
- Arranque por resistência em série no rotor: 2.2xIn.
No arranque podem admitir-se quedas de tensão superiores ao estabelecido nas R.T.I.E.B.T., desde que as variações de tensão permaneçam dentro dos limites especificados nas instruções de caracterização dos aparelhos.
Os valores típicos das correntes de arranque são:
- Arranque directo: 6xIn;
- Arranque estrela-triângulo: 3xIn;
- Arranque por resistência em série no rotor: 2.2xIn.
No arranque podem admitir-se quedas de tensão superiores ao estabelecido nas R.T.I.E.B.T., desde que as variações de tensão permaneçam dentro dos limites especificados nas instruções de caracterização dos aparelhos.