Dúvidas gerais
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Dúvidas gerais
Qual a queda de tensão ideal? Uma queda de tensão muito baixa é prejudicial numa instalação ou apenas temos que evitar ultrapassar os máximos?
Quais os passos para se dimensionar um aparelho de corte? O correcto será IB≤IN≤IZ e ICCMÁX <IPDC ?
Um aparelho de corte (fusível ou disjuntor) corta as correntes superiores à ICCMÁX e inferior à ICCMÍN?
O I2 (corrente convencional de funcionamento do aparelho de corte) pode ser inferior ao IZ (corrente admissível)?
Porque é que as correntes IN e IB aparecem em Amperes e as Icc em kA?
Como se calcula o tempo de fusão do fusível?
Os tempos de corte das ICCMÁX e ICCMÍN só têm que obedecer à regra do T≤ 5s?
Qual a relação do tempo de fusão do fusível para a intensidade de curto-circuito com os tempos de corte na origem da linha e fim da linha?
Porque é importante ter o conhecimento do comprimento máximo Lmáx (comprimento máximo de linha protegida pelo fusível a curto-circuito) ao nível das sobrecargas e curto-circuitos , que referências posso usar para comparar resultados e saber se o resultado é o mais correcto? Como se sabe se é o comprimento ideal?
Como se dimensiona o disjuntor diferencial? Que regras existem?
Quais os passos para se dimensionar um aparelho de corte? O correcto será IB≤IN≤IZ e ICCMÁX <IPDC ?
Um aparelho de corte (fusível ou disjuntor) corta as correntes superiores à ICCMÁX e inferior à ICCMÍN?
O I2 (corrente convencional de funcionamento do aparelho de corte) pode ser inferior ao IZ (corrente admissível)?
Porque é que as correntes IN e IB aparecem em Amperes e as Icc em kA?
Como se calcula o tempo de fusão do fusível?
Os tempos de corte das ICCMÁX e ICCMÍN só têm que obedecer à regra do T≤ 5s?
Qual a relação do tempo de fusão do fusível para a intensidade de curto-circuito com os tempos de corte na origem da linha e fim da linha?
Porque é importante ter o conhecimento do comprimento máximo Lmáx (comprimento máximo de linha protegida pelo fusível a curto-circuito) ao nível das sobrecargas e curto-circuitos , que referências posso usar para comparar resultados e saber se o resultado é o mais correcto? Como se sabe se é o comprimento ideal?
Como se dimensiona o disjuntor diferencial? Que regras existem?
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Re: Dúvidas gerais
Eu já vi instalações a funcionar com grande queda a tensão no fim de linha era de 150 Volts, as fluorecentes não arrancavam, mas mal muito mau lá funcionavam.
As margens das quedas de tensão são muito apertadas.
As margens das quedas de tensão são muito apertadas.
Última edição por Duzia12 em 21 dez 2010, 23:11, editado 1 vez no total.
Re: Dúvidas gerais
Caro colega,
Vou tentar responder ao máximo de perguntas que consiga.
1. Qual a queda de tensão ideal? Uma queda de tensão muito baixa é prejudicial numa instalação ou apenas temos que evitar ultrapassar os máximos?
A queda de tensão ideal seria zero, pois o desejável é ter os 230V da rede nos equipamentos que funcionam a esta tensão. A queda de tensão aumenta com o comprimento do cabo e com a carga que se encontra lá ligada e diminui com o aumento da secção do cabo. Como não é possível obter queda de tensão zero, os circuitos serão projectados para cumprir as quedas de tensão admissíveis (ver RTIEBT Secção 525 e 803.2.4.4).
2. Quais os passos para se dimensionar um aparelho de corte? O correcto será IB≤IN≤IZ e ICCMÁX <IPDC ?
Um aparelho de corte é diferente de um disjuntor ou de um diferencial, ainda que possa ter estas funcionalidades. Eu utilizo sempre como aparelho de corte um interruptor omnipolar (corta todos os condutores activos, incluíndo o neutro). A protecção contra curto-circuitos e sobrecargas faço a jusante do aparelho de corte geral com os disjuntores e diferenciais necessários. O aparelho de corte geral serve unicamente, como o nome indica, para desligar a instalação. O dimensionamento do aparelho de corte geral é feito garantindo simplesmente que a sua intensidade nominal é não inferior à corrente de funcionamento da protecção a montante.
3. Um aparelho de corte (fusível ou disjuntor) corta as correntes superiores à ICCMÁX e inferior à ICCMÍN?
Não. Um disjuntor abre e um fusível queima quando é submetido a uma determinada corrente durante um período de tempo definido nas curvas dos respectivos equipamentos. Ou seja, quanto maior a corrente, menor o tempo que a protecção demora a actuar, desde que esta corrente seja abaixo do seu Poder de Corte. Se a corrente for acima do Poder de Corte, o aparelho não terá capacidade de a interromper. A ICCMAX deve ser calculada para cada ponto da instalação, de modo a que seja escolhida uma protecção com Poder de Corte acima deste valor. O ICCMIN só se justifica para instalações de grandes dimensões, onde um curto-circuito muito longe da protecção pode ter um valor que não seja suficientemente alto para ser identificado como tal pela protecção, mas que pode trazer problemas por não ser cortado.
4. O I2 (corrente convencional de funcionamento do aparelho de corte) pode ser inferior ao IZ (corrente admissível)?
I2 é a corrente convencional de funcionamento de um fusível e IZ é a corrente máxima admissivel nos condutores, portanto a corrente I2 pode e deve ser inferior à corrente IZ, pois o que se quer é que a corrente seja cortada (que é o mesmo que dizer que o fusível funcione) antes de se atingir a corrente máxima que o cabo aguenta. Regulamentarmente, é obrigatório verificar-se I2<1.45IZ.
5.Porque é que as correntes IN e IB aparecem em Amperes e as Icc em kA?
Se quiseres podes apresentar tudo em Amperes ou tudo em kAmperes. São representadas assim devido às grandezas em jogo. Enquanto a corrente nominal IN de uma instalação será da ordem de dezenas de Amperes, por exemplo 30A, quando há um curto-circuito as correntes sobem para valores da ordem de milhares de Amperes, por exemplo 20kA= 20000A.
6. Como se calcula o tempo de fusão do fusível?
Vê-se nas curvas apresentadas pelos fabricantes.
7. Os tempos de corte das ICCMÁX e ICCMÍN só têm que obedecer à regra do T≤ 5s?
Utilizando fusíveis do tipo gG, que garantem simultaneamente a protecção contra sobrecargas e curto-circuitos, e garantindo o que indiquei no ponto 3 (ICC<PDC), é dispensável a verificação da regra do tempo de corte (normas Certiel).
8. Qual a relação do tempo de fusão do fusível para a intensidade de curto-circuito com os tempos de corte na origem da linha e fim da linha?
Não percebi a pergunta.
9. Porque é importante ter o conhecimento do comprimento máximo Lmáx (comprimento máximo de linha protegida pelo fusível a curto-circuito) ao nível das sobrecargas e curto-circuitos , que referências posso usar para comparar resultados e saber se o resultado é o mais correcto? Como se sabe se é o comprimento ideal?
Respondido em 3.
10. Como se dimensiona o disjuntor diferencial? Que regras existem?
Para a intensidade nominal do diferencial, calcula-se o valor máximo da soma das intensidades nominais dos disjuntores associados a uma mesma fase e de seguida escolhe-se o diferencial com calibre superior. Para a corrente diferencial, seleccionam-se diferenciais de 300mA para a generalidade dos circuitos e 30mA para locais com necessidade de protecções sensíveis, como casas-de-banho, cozinhas, etc.
Acho que de uma forma geral está respondido, mas aconselho-te a estudar um bocadinho, pois em algumas das respostas há muito mais por dizer.
Cumps.
Vou tentar responder ao máximo de perguntas que consiga.
1. Qual a queda de tensão ideal? Uma queda de tensão muito baixa é prejudicial numa instalação ou apenas temos que evitar ultrapassar os máximos?
A queda de tensão ideal seria zero, pois o desejável é ter os 230V da rede nos equipamentos que funcionam a esta tensão. A queda de tensão aumenta com o comprimento do cabo e com a carga que se encontra lá ligada e diminui com o aumento da secção do cabo. Como não é possível obter queda de tensão zero, os circuitos serão projectados para cumprir as quedas de tensão admissíveis (ver RTIEBT Secção 525 e 803.2.4.4).
2. Quais os passos para se dimensionar um aparelho de corte? O correcto será IB≤IN≤IZ e ICCMÁX <IPDC ?
Um aparelho de corte é diferente de um disjuntor ou de um diferencial, ainda que possa ter estas funcionalidades. Eu utilizo sempre como aparelho de corte um interruptor omnipolar (corta todos os condutores activos, incluíndo o neutro). A protecção contra curto-circuitos e sobrecargas faço a jusante do aparelho de corte geral com os disjuntores e diferenciais necessários. O aparelho de corte geral serve unicamente, como o nome indica, para desligar a instalação. O dimensionamento do aparelho de corte geral é feito garantindo simplesmente que a sua intensidade nominal é não inferior à corrente de funcionamento da protecção a montante.
3. Um aparelho de corte (fusível ou disjuntor) corta as correntes superiores à ICCMÁX e inferior à ICCMÍN?
Não. Um disjuntor abre e um fusível queima quando é submetido a uma determinada corrente durante um período de tempo definido nas curvas dos respectivos equipamentos. Ou seja, quanto maior a corrente, menor o tempo que a protecção demora a actuar, desde que esta corrente seja abaixo do seu Poder de Corte. Se a corrente for acima do Poder de Corte, o aparelho não terá capacidade de a interromper. A ICCMAX deve ser calculada para cada ponto da instalação, de modo a que seja escolhida uma protecção com Poder de Corte acima deste valor. O ICCMIN só se justifica para instalações de grandes dimensões, onde um curto-circuito muito longe da protecção pode ter um valor que não seja suficientemente alto para ser identificado como tal pela protecção, mas que pode trazer problemas por não ser cortado.
4. O I2 (corrente convencional de funcionamento do aparelho de corte) pode ser inferior ao IZ (corrente admissível)?
I2 é a corrente convencional de funcionamento de um fusível e IZ é a corrente máxima admissivel nos condutores, portanto a corrente I2 pode e deve ser inferior à corrente IZ, pois o que se quer é que a corrente seja cortada (que é o mesmo que dizer que o fusível funcione) antes de se atingir a corrente máxima que o cabo aguenta. Regulamentarmente, é obrigatório verificar-se I2<1.45IZ.
5.Porque é que as correntes IN e IB aparecem em Amperes e as Icc em kA?
Se quiseres podes apresentar tudo em Amperes ou tudo em kAmperes. São representadas assim devido às grandezas em jogo. Enquanto a corrente nominal IN de uma instalação será da ordem de dezenas de Amperes, por exemplo 30A, quando há um curto-circuito as correntes sobem para valores da ordem de milhares de Amperes, por exemplo 20kA= 20000A.
6. Como se calcula o tempo de fusão do fusível?
Vê-se nas curvas apresentadas pelos fabricantes.
7. Os tempos de corte das ICCMÁX e ICCMÍN só têm que obedecer à regra do T≤ 5s?
Utilizando fusíveis do tipo gG, que garantem simultaneamente a protecção contra sobrecargas e curto-circuitos, e garantindo o que indiquei no ponto 3 (ICC<PDC), é dispensável a verificação da regra do tempo de corte (normas Certiel).
8. Qual a relação do tempo de fusão do fusível para a intensidade de curto-circuito com os tempos de corte na origem da linha e fim da linha?
Não percebi a pergunta.
9. Porque é importante ter o conhecimento do comprimento máximo Lmáx (comprimento máximo de linha protegida pelo fusível a curto-circuito) ao nível das sobrecargas e curto-circuitos , que referências posso usar para comparar resultados e saber se o resultado é o mais correcto? Como se sabe se é o comprimento ideal?
Respondido em 3.
10. Como se dimensiona o disjuntor diferencial? Que regras existem?
Para a intensidade nominal do diferencial, calcula-se o valor máximo da soma das intensidades nominais dos disjuntores associados a uma mesma fase e de seguida escolhe-se o diferencial com calibre superior. Para a corrente diferencial, seleccionam-se diferenciais de 300mA para a generalidade dos circuitos e 30mA para locais com necessidade de protecções sensíveis, como casas-de-banho, cozinhas, etc.
Acho que de uma forma geral está respondido, mas aconselho-te a estudar um bocadinho, pois em algumas das respostas há muito mais por dizer.
Cumps.
- nelmindo
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Re: Dúvidas gerais
R3S excelente intervenção no tópico!!!
Só não concordo com o ultimo ponto. Embora seja um ponto de partida somar a corrente dos disjuntores a jusante, por vezes não não é economicamente viável. Basta imaginar 5 disjuntores de 16A. Não vou colocar um de 80A, por causa disso.
Nas habitações é normal colocar um de calibre, superior à potência a certificar. Nos nos quadros parciais é normal colocar um de calibre superior ao Iz do cabo que o alimenta.
Para os outros casos gostava também que fossem outros a intervir. A participação de alguns, do calibre do colega R3S, faz deste forum uma referencia!!!
Só não concordo com o ultimo ponto. Embora seja um ponto de partida somar a corrente dos disjuntores a jusante, por vezes não não é economicamente viável. Basta imaginar 5 disjuntores de 16A. Não vou colocar um de 80A, por causa disso.
Nas habitações é normal colocar um de calibre, superior à potência a certificar. Nos nos quadros parciais é normal colocar um de calibre superior ao Iz do cabo que o alimenta.
Para os outros casos gostava também que fossem outros a intervir. A participação de alguns, do calibre do colega R3S, faz deste forum uma referencia!!!
Re: Dúvidas gerais
Antes de mais, obrigado pelo elogio 
Em relação ao ponto que realçaste, concordo totalmente.
A forma de seleccionar o diferencial deverá ser a seguinte:
1. Calcula-se o valor máximo da soma das intensidades nominais dos disjuntores associados a uma mesma fase e de seguida escolhe-se o diferencial com calibre superior.
2. O calibre do diferencial não necessitará ser superior ao do interruptor de corte geral utilizado, uma vez que nunca fluirá uma corrente superior a esta.
Faltou referir este ponto (obrigado pela chamada de atenção).
Abraços

Em relação ao ponto que realçaste, concordo totalmente.
A forma de seleccionar o diferencial deverá ser a seguinte:
1. Calcula-se o valor máximo da soma das intensidades nominais dos disjuntores associados a uma mesma fase e de seguida escolhe-se o diferencial com calibre superior.
2. O calibre do diferencial não necessitará ser superior ao do interruptor de corte geral utilizado, uma vez que nunca fluirá uma corrente superior a esta.
Faltou referir este ponto (obrigado pela chamada de atenção).
Abraços
- joaoosvaldo
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Re: Dúvidas gerais
*Acrescentei algumas informações complementares a vermelho que acho importantes.
R3S Escreveu:Caro colega,
Vou tentar responder ao máximo de perguntas que consiga.
1. Qual a queda de tensão ideal? Uma queda de tensão muito baixa é prejudicial numa instalação ou apenas temos que evitar ultrapassar os máximos?
A queda de tensão ideal seria zero, pois o desejável é ter os 230V da rede nos equipamentos que funcionam a esta tensão. A queda de tensão aumenta com o comprimento do cabo e com a carga que se encontra lá ligada e diminui com o aumento da secção do cabo. Como não é possível obter queda de tensão zero, os circuitos serão projectados para cumprir as quedas de tensão admissíveis (ver RTIEBT Secção 525 e 803.2.4.4).
Além dos valores de queda de tensão admissíveis indicados nos pontos das RTIEBT está em falta referir a q.d.t. admissível nas redes de distribuição em BT que é de 8%.
2. Quais os passos para se dimensionar um aparelho de corte? O correcto será IB≤IN≤IZ e ICCMÁX <IPDC ?
Um aparelho de corte é diferente de um disjuntor ou de um diferencial, ainda que possa ter estas funcionalidades. Eu utilizo sempre como aparelho de corte um interruptor omnipolar (corta todos os condutores activos, incluíndo o neutro). A protecção contra curto-circuitos e sobrecargas faço a jusante do aparelho de corte geral com os disjuntores e diferenciais necessários. O aparelho de corte geral serve unicamente, como o nome indica, para desligar a instalação. O dimensionamento do aparelho de corte geral é feito garantindo simplesmente que a sua intensidade nominal é não inferior à corrente de funcionamento da protecção a montante.
Normalmente a corrente estipulada do aparelho de corte tem um valor estipulado acima do dispositivo a montante (ex.: se o dispositivo a montante for de 100A o dispositivo de corte geral a jusante será no mínimo de 125A.).
3. Um aparelho de corte (fusível ou disjuntor) corta as correntes superiores à ICCMÁX e inferior à ICCMÍN?
Não. Um disjuntor abre e um fusível queima quando é submetido a uma determinada corrente durante um período de tempo definido nas curvas dos respectivos equipamentos. Ou seja, quanto maior a corrente, menor o tempo que a protecção demora a actuar, desde que esta corrente seja abaixo do seu Poder de Corte. Se a corrente for acima do Poder de Corte, o aparelho não terá capacidade de a interromper. A ICCMAX deve ser calculada para cada ponto da instalação, de modo a que seja escolhida uma protecção com Poder de Corte acima deste valor. O ICCMIN só se justifica para instalações de grandes dimensões, onde um curto-circuito muito longe da protecção pode ter um valor que não seja suficientemente alto para ser identificado como tal pela protecção, mas que pode trazer problemas por não ser cortado.
4. O I2 (corrente convencional de funcionamento do aparelho de corte) pode ser inferior ao IZ (corrente admissível)?
I2 é a corrente convencional de funcionamento de um fusível e IZ é a corrente máxima admissivel nos condutores, portanto a corrente I2 pode e deve ser inferior à corrente IZ, pois o que se quer é que a corrente seja cortada (que é o mesmo que dizer que o fusível funcione) antes de se atingir a corrente máxima que o cabo aguenta. Regulamentarmente, é obrigatório verificar-se I2<1.45IZ.
I2 <= 1,45 x Iz
5.Porque é que as correntes IN e IB aparecem em Amperes e as Icc em kA?
Se quiseres podes apresentar tudo em Amperes ou tudo em kAmperes. São representadas assim devido às grandezas em jogo. Enquanto a corrente nominal IN de uma instalação será da ordem de dezenas de Amperes, por exemplo 30A, quando há um curto-circuito as correntes sobem para valores da ordem de milhares de Amperes, por exemplo 20kA= 20000A.
6. Como se calcula o tempo de fusão do fusível?
Vê-se nas curvas apresentadas pelos fabricantes.
7. Os tempos de corte das ICCMÁX e ICCMÍN só têm que obedecer à regra do T≤ 5s?
Utilizando fusíveis do tipo gG, que garantem simultaneamente a protecção contra sobrecargas e curto-circuitos, e garantindo o que indiquei no ponto 3 (ICC<PDC), é dispensável a verificação da regra do tempo de corte (normas Certiel).
Os 5 segundos são o tempo máximo permitido para um defeito de curto-circuito. O que é necessário verificar (principalmente para grandes instalações e em instalações em esquema de ligação à terra TN e IT) é na curva do dispositivo de protecção de um determinado circuito se o valor do Icc min desse circuito e o tempo de corte obtido através do cálculo (ponto formado pelo valores de Icc min e tempo de corte tc) se este está à direita da curva do dispositivo de protecção desta forma é garantido que para este valor de Icc min o dispositivo de protecção actua.
8. Qual a relação do tempo de fusão do fusível para a intensidade de curto-circuito com os tempos de corte na origem da linha e fim da linha?
Não percebi a pergunta.
9. Porque é importante ter o conhecimento do comprimento máximo Lmáx (comprimento máximo de linha protegida pelo fusível a curto-circuito) ao nível das sobrecargas e curto-circuitos , que referências posso usar para comparar resultados e saber se o resultado é o mais correcto? Como se sabe se é o comprimento ideal?
Respondido em 3.
O comprimento é "ideal" desde que esteja abaixo do comprimento máximo. Este cálculo deve ser realizado nas grandes instalações e em instalações em esquema TN ou IT. Nas pequenas instalações em esquema TT normalmente estes comprimentos máximos estão salvaguardados mas em caso de dúvida não há como fazer o cálculo e verificar.
10. Como se dimensiona o disjuntor diferencial? Que regras existem?
Para a intensidade nominal do diferencial, calcula-se o valor máximo da soma das intensidades nominais dos disjuntores associados a uma mesma fase e de seguida escolhe-se o diferencial com calibre superior. Para a corrente diferencial, seleccionam-se diferenciais de 300mA para a generalidade dos circuitos e 30mA para locais com necessidade de protecções sensíveis, como casas-de-banho, cozinhas, etc.
Tal como já foi referido a soma dos valores estipulados dos disjuntores associados a um diferencial dá origem a valores exagerados para o valor estipulado do diferencial. Se existir um diferencial com vários disjuntores de 16A não quer dizer que em cada disjuntor estejam a "passar" 16A normalmente até é bem inferior a este valor. O ideal será fazer um balanço de potências dos equipamentos que esses circuitos vão alimentar e somar essas potências que sejam susceptíveis de estarem em funcionamento em simultâneo de modo a obter-se o valor de potência mais desfavorável (maior), mas às vezes isto não é fácil de realizar devido ao desconhecimento dos equipamentos que possam alimentar certos circuitos de usos gerais por exemplo neste casos tem de ser feita uma estimativa e jogar um pouco pelo seguro. E também tal como foi referido não adianta o diferencial ter um valor estipulado superior ao do corte geral do quadro onde está instalado, não tem qualquer problema mas não é necessário!!!
Acho que de uma forma geral está respondido, mas aconselho-te a estudar um bocadinho, pois em algumas das respostas há muito mais por dizer.
Cumps.
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Re: Dúvidas gerais
Bom dia,
Antes de mais muito obrigado pelos esclarecimentos e por aumentarem o meu conhecimento e claro que vou seguir o conselho do colega R3S de modo a fortalecer a evolução do meu conhecimento.
Concordo quando o Nelmindo diz “A participação de alguns, do calibre do colega R3S, faz deste fórum uma referência”, muitas das minhas dúvidas têm sido esclarecidas neste fórum espero que um dia possa ser eu a esclarecer as dúvidas dos outros.
Em relação à pergunta 8 vou tentar explicar melhor a minha dúvida.
Tf= If(5s) x T / ICC , onde Tf é tempo de fusão do fusível para a intensidade de curto circuito, If(5s) é a intensidade de fusão do fusível em 5 segundos e Icc é a intensidade de curto-circuito no final da linha.
Para o valor de If(5s) utilizo esta tabela segundo as normas espanholas, existe uma segunda as normas portuguesas?
Intensidade de fusão dos fusíveis em 5s (A), segundo a norma UNE 21-103-80, parte II.
In (A) If5 (A)
2 12
4 22
6 28
8 36
10 50
12 70
16 90
20 110
25 140
32 180
40 220
50 280
63 350
80 460
100 600
125 800
160 1000
200 1300
250 1700
315 2200
400 2800
500 3600
630 5000
800 7000
1000 9000
O tempo de fusão do fusível para a intensidade de curto-circuito no final da linha tem que ser menor que o tempo que o condutor suporta a intensidade de curto-circuito no final da linha?
Tf= If(5s) x T / ICC < T= k^2 x s^2 / Iccmin ?
Relativamente ao Lmáx, sendo a Fase=Neutro, utilizo a seguinte expresão:
Lmáx=Uc/√3 x If5s x √ (Rf+Rn)^2 + (Xf+Xn)^2
O comprimento da portinhola ao quadro de colunas é menor que o Lmáx da coluna e volta a aumentar do quadro de colunas até ao quadro da loja.
Apenas é mais pequeno da caixa de coluna até ao quadro individual.
Por isso é que preciso de esclarecer esta dúvida, estou a fazer correctamente os cálculos?
Antes de mais muito obrigado pelos esclarecimentos e por aumentarem o meu conhecimento e claro que vou seguir o conselho do colega R3S de modo a fortalecer a evolução do meu conhecimento.
Concordo quando o Nelmindo diz “A participação de alguns, do calibre do colega R3S, faz deste fórum uma referência”, muitas das minhas dúvidas têm sido esclarecidas neste fórum espero que um dia possa ser eu a esclarecer as dúvidas dos outros.
Em relação à pergunta 8 vou tentar explicar melhor a minha dúvida.
Tf= If(5s) x T / ICC , onde Tf é tempo de fusão do fusível para a intensidade de curto circuito, If(5s) é a intensidade de fusão do fusível em 5 segundos e Icc é a intensidade de curto-circuito no final da linha.
Para o valor de If(5s) utilizo esta tabela segundo as normas espanholas, existe uma segunda as normas portuguesas?
Intensidade de fusão dos fusíveis em 5s (A), segundo a norma UNE 21-103-80, parte II.
In (A) If5 (A)
2 12
4 22
6 28
8 36
10 50
12 70
16 90
20 110
25 140
32 180
40 220
50 280
63 350
80 460
100 600
125 800
160 1000
200 1300
250 1700
315 2200
400 2800
500 3600
630 5000
800 7000
1000 9000
O tempo de fusão do fusível para a intensidade de curto-circuito no final da linha tem que ser menor que o tempo que o condutor suporta a intensidade de curto-circuito no final da linha?
Tf= If(5s) x T / ICC < T= k^2 x s^2 / Iccmin ?
Relativamente ao Lmáx, sendo a Fase=Neutro, utilizo a seguinte expresão:
Lmáx=Uc/√3 x If5s x √ (Rf+Rn)^2 + (Xf+Xn)^2
O comprimento da portinhola ao quadro de colunas é menor que o Lmáx da coluna e volta a aumentar do quadro de colunas até ao quadro da loja.
Apenas é mais pequeno da caixa de coluna até ao quadro individual.
Por isso é que preciso de esclarecer esta dúvida, estou a fazer correctamente os cálculos?
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Re: Dúvidas gerais
Mais uma dúvida, para o cálculo do tempo que o condutor suporta a intensidade de curto-circuito na origem da linha, qual a secção a utilizar? Do cabo que chega ao quadro individual ou do cabo do circuito em causa?
T=k^2 X S^2 / Icc máx
T=k^2 X S^2 / Icc máx
- joaoosvaldo
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Re: Dúvidas gerais
Sugiro o estudo dos seguintes documentos porque anda aí muita dúvida:
- Anexos
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- IT.pdf
- (127.25 KiB) Transferido 400 vezes
-
- TN.pdf
- (391.21 KiB) Transferido 151 vezes
-
- TT.pdf
- (46.84 KiB) Transferido 196 vezes
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Re: Dúvidas gerais
Errado.Duzia12 Escreveu:Isso de Rf+Rn acho que está mal, só Rf
è necessario a resistência de fase a 20ºC e a resistencia do neutro a 20ºC.