CORRENTE NO NEUTRO

[nmna]

Exmos Senhores,

Ainda sou novo nisto, comecei a trabalhar a pouco tempo, e tenho uma instalação que esta no limite da potência contratada.
Fui medir a intensidade de corrente de cada fase L1 34A, L2 40A, L3 49 A, N 18A. A instalação deve estar desiquilibrada, a minha solução é tentar equilibrar as fases o mais possivel. Para desaparecer aquela intensidade toda no Neutro basta equilibrar o sistema???

Cumprimentos e obrigado pela atenção;;

[LinceS@T]

Para desaparecer a corrente de neutro é necessário o respectivo equilibrio.
Mas analisando o que apresentas, se não existe disparo de qualquer protecção, não necessitas de mexer, pois quando efectuas-te as medições tinhas essas correntes, mas numa outra situação podes ter o contrário.

Que potência foi contratada?

Cumprimentos

[nmna]

Exmo obrigado pela atenção, a potência contratada é de 41,1 Kva, uma grande parte das cargas é iluminação o que deve estar acontecer é que muitas armaduras foram repostas e não devem ter o mesmo factor de potência. O quadro tem três int. diferenciais de 30 mA, e não tem ocorrido disparos.

[LinceS@T]

Exmo obrigado pela atenção, a potência contratada é de 41,1 Kva, uma grande parte das cargas é iluminação o que deve estar acontecer é que muitas armaduras foram repostas e não devem ter o mesmo factor de potência. O quadro tem três int. diferenciais de 30 mA, e não tem ocorrido disparos.

Se não ocorre nenhum disparo podes manter o que está, caso ocorra o disparo do disjuntor da EDP ai tens que ver qual a fase que está sobrecarregada e tentares distribuir a carga por a que tem menos carga.

Cumprimentos

[zuga]

Ora vejamos, se temos uma lâmpada (monofásica é o mais usual) ligada F-N, a corrente que passa na fase é a mesma que passa no neutro certo? Então se tivermos 1001 lâmpadas distribuídas pelo sistema trifásico qual a corrente que passa no neutro (único)? Será 1001x a corrente de uma única lâmpada?

No caso de receptores trifásicos, isso já não é um problema a menos que os receptores (p.ex. motores de indução) estejam em funcionamento desequilibrado correcto?

Já agora, uma questão que se levanta: porque se dimensiona normalmente a secção de neutro da instalação para metade da secção de fase para secções de fase superior a 6mm2?

[CF,Lda]

Olá.
Zuga, se ligar as 1001 lampadas numa instalação monofásica, entre fase e neutro ( 230V), o valor da intensidade de corrente que passa na fase é igual ao valor que passa no neutro.
Se ligar as 1001 lampadas em trifásico, três fases e neutro, a intensidade de corrente já não será igual nem somatório dos valores das três fases. Hipotéticamente, se aplicar 333 lampadas ( total de lampadas 999) de igual potência entre cada fase e o neutro a intensidade de corrente no neutro vai ser igual a zero. Mas se adicionarmos as outras duas lampadas que faltam para as 1001 a corrente de neutro vai ser diferente de zero, com valores próximos do dobro do consumo de cada lampada que foram adicionadas posteriormente, assumindo que TODAS as lampadas têm a mesma potência. É por esta razão que os cabos trifásicos com neutro e terra, apartir dos 10mm2, o neutro e a terra são de secção reduzida.
Desta forma temos por exemplo o 3x16+10+10mm2 , 3x25+16+16mm2...
Espero que tenha contribuido para a compreensão das sua dúvidas
Um abraço.
A. Castro

[zuga]

Agora ao ler acerca da secção mínima para redução do neutro, fiquei na dúvida e lá tive que abrir o pdf das RTIEBT! Realmente é muito mais que 6mm2... São 16mm2 segundo as regras técnicas 524.2 e 524.3. Isto de já não projectar desde a universidade é tramado

"524.2 — O eventual condutor neutro deve ter a mesma secção que os condutores de fase:
a) Nos circuitos monofásicos a 2 condutores, seja qual for a sua secção;
b) Nos circuitos monofásicos a 3 condutores e nos circuitos polifásicos cujos condutores de fase tenham secção não superior a 16 mm², se de cobre, ou a 25 mm², se de alumínio.

524.3 — Nos circuitos polifásicos com condutores de fase de secção superior a 16 mm², se de cobre, ou a 25 mm², se de alumínio, o condutor neutro pode ter uma secção inferior à secção dos condutores de fase se forem verificadas, simultaneamente, as condições seguintes:
a) A corrente máxima susceptível de percorrer o condutor neutro em serviço normal, incluindo a das eventuais harmónicas, não for superior à corrente admissível correspondente à da secção reduzida do condutor neutro;
b) O condutor neutro estiver protegido contra sobreintensidades de acordo com as regras indicadas na secção 473.3.2;
c) A secção do condutor neutro não for inferior a 16 mm², se de cobre, ou a 25 mm², se de alumínio."


Muito agradeço a informação relativamente ao consumo das lâmpadas, tinha noção que o consumo serio diminuto, mas agora fiquei elucidado