Opção pelo nuclear sim ou não?

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O debate sobre o nuclear está longe de ser pacífico em Portugal. Os especialistas dividem-se e esgrimem argumentos. Se para uns é a independência energética de que o País precisa, para outros está longe de ser ambiental e economicamente viável.

Depois de o Presidente da República, Cavaco Silva, dizer publicamente que deve ser "estudada e debatida" a eventual produção de energia nuclear em Portugal, também os presidentes da Rede Energética Nacional (REN) e da Galp Energia manifestaram, no final de Outubro, em ocasiões diferentes, uma posição favorável à introdução de centrais nucleares em Portugal.

"As renováveis têm limites e não resolvem o problema da energia no mundo", pelo que o País deve preparar-se para a energia nuclear, defendeu José Penedos, da REN. Manuel Ferreira de Oliveira concorda, sustentando, por sua vez, que, mesmo com as energias renováveis "levadas ao extremo, apenas é possível uma produção entre 15 a 20%".

Actualmente, o nuclear é um tema em discussão em todo o mundo atendendo às crescentes exigências de energia, ao esgotamento progressivo dos combustíveis fósseis e às preocupações ambientais, com a libertação maciça de dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera e o aquecimento global. Em Portugal, o debate está longe de ser pacífico e o tema divide especialistas de várias áreas. Se uns alegam ser uma alternativa à dependência energética do País do exterior, outros defendem que não é uma energia segura nem viável economicamente.

"O nuclear é seguramente a solução para o problema energético do mundo", defende o residente da Sociedade Portuguesa de Física, Augusto Barroso. Carlos Fiolhais, professor catedrático de Física da Universidade de Coimbra, é assertivo na partilha de opinião: "Estamos muito dependentes da importação de combustíveis fósseis, compramos electricidade na rede eléctrica internacional, alguma dela produzida em centrais nucleares francesas e espanholas. A opção nuclear tem de ser ponderada."

Os físicos não rejeitam o aproveitamento das energias renováveis, mas consideram que não chegam para resolver as necessidades energéticas. Em 2008, representavam, segundo dados da Direcção-Geral da Energia, 20% da produção de energia nacional. O restante foi assegurado pela queima de carvão, fuel ou gás.

"As renováveis têm uma grande sazonalidade. Nos anos pouco chuvosos, por exemplo, há falta de água e a barragem produz pouca electricidade", argumenta Barroso. Fiolhais continua: "É difícil, senão mesmo impossível, pôr uma cidade na exclusiva dependência energética de uma central solar ou eólica. E nos dias em que não há sol? E nos dias em que não há vento?"

Esta limitação das energias renováveis é ainda mais problemática em Portugal pela "fraca densidade dessas formas de energia", diz Pedro Sampaio Nunes, ex-secretário de Estado da Ciência e Inovação. "A percentagem de energias renováveis no global de abastecimento eléctrico e energético nunca foi tão baixa como nos últimos cinco anos", sustenta.

Já João Peças Lopes, coordenador da Unidade de Sistemas de Energia do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC) do Porto, tem uma opinião bem diferente. "A opção nuclear em Portugal não é uma solução económica e ambientalmente sustentável", sublinha, adiantando: "Hoje, o consumo global do sistema eléctrico português não é, nem o será nas próximas décadas, suficientemente elevado para justificar uma unidade nuclear".

Para o engenheiro electrotécnico, o futuro pode passar pelas renováveis. "As energias renováveis têm um enorme potencial em termos de expansão no nosso país, em particular a eólica, biomassa e solar, representando a hídrica já níveis de exploração bastante consideráveis", acredita também Francisco Ferreira. O dirigente da organização ambienta- lista Quercus considera o nuclear uma energia com muitos riscos e pouco limpa, tendo em conta as emissões de gases associadas à retirada e enriquecimento de urânio. "Apesar de não produzir emissões de CO2, os reactores nucleares produzem resíduos muito radioactivos e com semividas de grande duração, algumas com milhares de anos", conclui Peças Lopes, apontando para a necessidade de reservatórios adequados e bem acondicionados.

"É a forma de energia que, produzindo um maior volume de electricidade, dá origem ao menor volume de emissões poluentes, nomeadamente dióxido de carbono, monóxido de carbono, óxidos de enxofre e de azoto", contraria Pedro Sampaio Nunes. O engenheiro acredita ainda que, embora necessite de um grande investimento para a instalação, a energia nuclear poderá ser a mais barata para o consumidor final.

A discussão está lançada, mas a opção pelo nuclear não deverá ser colocada em cima da mesa pelo menos nos próximos quatro anos. O programa do Governo para esta legislatura nem sequer refere o tema.

Fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/economia/inter ... id=1418880

[gatobravo]

Boa tarde.

São estas pequenas coisas que levam à destruição do planeta.
Queremos sempre mais e mais e mais.
Neste caso, é energia, mas podia ser outra coisa qualquer.
Digam não à energia nuclear.

Cumprimentos.

[ante]

Eu diria que sim ao nuclear.
Embora traga com ela perigos, sendo o pior o "sindrome da china", nao devemos esquecer que se a vizinha espanha fizer asneira nos tambem somos atingidos.
Se ja vivemos com estas centrais perto das fronteiras porque nao fazer uso desta tecnologia?
O que mais me assusta nisto é ver tal "bomba" nas maos de empresas tugas.

Agora que ja temos pilhas nucleares é so mais uns anos ate podermos alimentar a casa e carro com elas

[ante]

PS


Nao devemos culpar o medo que muitas pessoas teem do nuclear a acidentes como o de 1986 em Chernobil, muitas mortes teriam sido evitadas se nao fosse o secretismo do regime onde operava este reactor. Os verdadeiros culpados por este acidente foram os engenheiros que decidiram fazer testes para ver quanta energia conseguiam sacar enquanto o reactor estivesse em baixo nivel de energia. Desligaram muitos dos sensores e sistemas, que de outra forma iriam parar todo o sistema levando a que este fugisse ao seu controlo. O problema nao é a tecnologia mas sim o factor humano. A falta de conhecimento para reagir a situacoes de emergencia numa central nuclear pode levar a serios problemas. Alguem se lembra do acidente em tree miles island na Pensilvânia, novamente o problema pode ser rasteado ate ao erro humano. Desde que devidamente acompanhada uma central nuclear é tao ou mais segura que uma barragem, se nao deixar-mos os interesses economicos atrapalhar tudo se consegue com seguranca.

Nao sei se muita gente tem conhecimento que existem satelites com reactor nuclear, se um destes meninos foge ao controle pode estragar a vida a muitos de nos, mas nao vemos ninguem a reclamar...

Devo acrescentar que nao sou a favor do nuclear porque estou preocupado com as emissoes de co2. Esta moda veio e ha-de passar. O problema do povo é ter memoria curta, alguns de vos deve lembrar que antes da moda do calor era a do frio e que por esta altura deviamos estar todos congelado... pois é 25 anos depois a mania é a do calor.

[vecm1956]

Boa noite a todos,

Caso fosse concedida uma licença a um produtor português para uma central nuclear muita coisa teria de mudar, a segurança de uma central nuclear é incompatível com a gestão e a cultura de manutenção que se pratica actualmente em portugal.

VM

[draconiac]

Não sou a favor por causa dos lixo produzido.

[LinceS@T]

O petrólio não dura sempre e as necessidades energeticas vão aumentando, logo mais cedo ou mais tarde terá que se partir para o nuclear, não estou a ver outra forma de energia que possa colmatar as necessidades.

Cumprimentos

[rainbow]

Existem as energias renováveis, que devem ser uma aposta, e cada vez mais.

[vecm1956]

Boa tarde,

Em minha opinião, deve-se apostar ao máximo na energia eólica, porque é uma energia que pode ser acumulada nas albufeiras das barragens com bombagem.

Cumprimentos

VM

[LinceS@T]

Existem as energias renováveis, que devem ser uma aposta, e cada vez mais.

Só com as energias renováveis não chega vê o gráfico respectivo, mesmo assim ainda importamos energia.
h**p://www.ecomania.pt/energiaparagraudos.html
Cumps

[ohmico]

Boas,

será que há alguém que acredite que sairemos da cepa torta sem nos tornarmos auto-suficientes em energia? cuja falta tem como consequência nunca

mais conseguirmos resolver o problema do malfadado défice?

Ou estão convencidos que vão diminuir o referido, cortando nas despesas com pessoal da função pública?

Pois então preparem-se para trabalhar até não poderem mais porque as reformas vão ser a primeira coisa a cortar.

Já são horas de deixarmos de permitir que nos embrulhem com os "vira-ventos" que, sim senhor, devem continuar mas não vão resolver problema

nenhum a não ser os lucros chorudos de que beneficiam a EDP e seus accionístas.

Não consigo entender tanta relutância, quando já estamos sujeitos aos riscos das centrais nucleares que os nossos vizinhos Espanhóis plantaram junto

às nossas fronteiras.

Esta é a realidade do momento, portanto não há mais nada a fazer senão pensarmos, duma vez por todas, em dar o salto e não estar à espera de

milagres.

Cump.

ohmico

[J.Vieira]

Boa noite,
Relativamente á opção pelo nuclear, sou a favor.
Embora conservador na defesa da nossa fonte de vida no planeta, acredito que será um passo inevitável. Penso que será de facto mais uma situação com que temos de aprender a viver.
Cumprimentos a todos,
J. Vieira

[vecm1956]

Boa noite,

Para quem não sabe a REN já compra à Espanha e à França grandes quantidades de energia proveniente do nuclear a preços muito reduzidos, porque existe o MIBEL.
As centrais a fuelóleo vão fechar as portas, devido aos custos de produção, e também para cumprir o protocolo de kioto, portanto a nossa produção nacional ficará acente no carvão, gás natural, eólicas e recursos hidricos.

Cumprimentos

VM

[joaoosvaldo]

Boas.

O estado português gasta todos os anos milhões com energia que tem de ser importada a Espanha e França. E só com as renováveis não chegamos lá tal como já foi referido, apesar de eu ser grande apologista das energias renováveis e acho muito bem que se produza energia a partir destas fontes, não tenho qualquer dúvida que quer se queira ou não a curto prazo a solução tem de passar irremediavelmente pela aposta no nuclear.

Só a hipótese de sermos auto-suficientes a nível de energia eléctrica era uma grande ajuda para sairmos da crise em que o pais se encontra.

Dados da revista INGENIUM de Julho/Agosto de 2009 indicam que em 2008 já tínhamos de comprar 20% da energia eléctrica que consumimos. E no Geral em termos de factura com energia em 2008 chegou aos 8.000 milhões de euros. Por isto pode-se imaginar as vantagens que tínhamos em investir no nuclear.

"Importamos mais do que exportamos, com um défice anual de, aproximadamente, 10% do PIB, contribuindo a factura energética de forma significativa para este desequilíbrio, com uma parte que se situa entre os 55 e os 60%."

[cmdsej]

espanha, frança teêm o nuclear e exportomnos energia porque não o nuclear em portugal?