Então é assim:
Um qualquer
sinal periódico (que se repete ao longo do tempo) pode ser escrito na forma:
x(t)= x_dc + x_ac(t)
Em que x(t) é a evolução temporal do sinal, sinal esse que é a soma de uma componente contínua (x_dc), constante no tempo, com uma componente alternada, variável no tempo.
A frequência de uma grandeza contínua, seja ela tensão ou corrente, é nula (0 Hz), pelo que não se define frequência para a componente contínua de um sinal, pois ela é a componente constante desse sinal (ou a componente à frequência de 0 Hz).
Pode-se também pensar num sinal contínuo como aquele que toma, durante um período de tempo muito (muito!) grande, um valor constante (x_ac(t)=0 => x(t)=x_dc). No limite, esse sinal toma esse valor durante um período de tempo infinito, e tem-se então f=1/T=1/infinito=0 Hz.
jeap Escreveu:Não existe frequência, pode ter ruídos induzidos por algum equipamento, mas não serão denominados por frequencia....
O ruído pode advir de a grandeza (idealmente!!) contínua provir de um sistema de rectificação, ser afectado por emissão electromagnética de outros circuitos, ruído inerente ao próprio circuito, etc.
A variação existente é denominada por tremor (
ripple, em Inglês).
A componente alternada x_ac(t) pode ser decomposta em série de Fourier e é composta pelas componentes harmónicas do sinal x(t), cujas frequências são múltiplas de uma frequência fundamental.
Por exemplo, um sistema de rectificação trifásico em ponte a díodos tem na saída uma tensão que tem uma componente contínua e componentes harmónicas de frequências pω, 2pω, 3pω, 4pω, ..., com p=2*n=6 (índice de pulsação duplo do número de fases com gerador ligado em estrela e número de fases ímpar) e ω=2*pi*f=2*pi*50. Por exemplo:
Tensão_saída (t) = Tensão_saída_dc + A*cos(pω*t + Phi1) + A*cos(2*pω*t + Phi2) + A*cos(3*pω*t + Phi3) + ...
Daí o uso de um elemento indutivo (bobina) para potências significativas, uma vez que esta terá uma impedância equivalente de módulo sL, com s=pω, 2pω, 3ppω, ..., assim atenuando fortemente a influência das harmónicas de tensão na evolução temporal da corrente (que seria idealmente constante).