como saber se a terra é boa

[nbaptista]

Boas,
Gostava de saber se é possível medir a qualidade da terra e como,porque tenho Tv´s e frigoríficos em casa,para além dum bom stereo.Vivo num prédio,e disseram-me que ter uma boa terra depende muito do trabalho que o electricista projectou e fêz

[nelmindo]

Boas,
Gostava de saber se é possível medir a qualidade da terra e como,porque tenho Tv´s e frigoríficos em casa,para além dum bom stereo.Vivo num prédio,e disseram-me que ter uma boa terra depende muito do trabalho que o electricista projectou e fêz

Sim é possivel medir a resistencia de terra, agora qualificar uma "terra" (boa ou má), não é sinónimo de qualidade do trabalho executado.
Primeiro a terra existe para proteger as pessoas contra contactos indirectos (fios encostados a parte metálicas dos equipamentos, por acidente).
Segundo para as proteger, precisa que o aparelho diferencial (relé, disjuntor, interruptor) esteja dimensionado com a "terra" em causa.
Terceiro, o electricista até fez os possiveis, desde enterrar 6 placas/electrodos de terra e além disso ligou-os à estrutura metálica (fundações) do edificio e mesmo assim a resistencia de terra não baixou além dos 200 ohms. Instalou para isso, um diferencial de 30mA.
Para muitos é uma má terra, no entanto a qualidade do trabalho do electricista foi posto em causa por causa das condições do terreno e até fez os possiveis para ter uma "terra" boa.

[absorto]

Boas, para "saber se a terra é boa" tem de medir a resistência ou a resistividade da terra, há vários equipamentos e métodos para fazer isso. O ideal é chamar alguém qualificado para o fazer.
(Também há muitas técnicas "caseiras", mas como é óbvio, não são fiáveis).

Mas se a sua preocupação é a integridade dos equipamentos que tem em casa (televisores, frigoríficos, etc.) tem de ter atenção é a sobreintensidades e variações de tensão.
A terra destina-se à protecção de pessoas sendo fundamental ao funcionamento do disjuntor diferencial (com excepção para situações muito particulares).

...Primeiro a terra existe para proteger as pessoas contra contactos indirectos...

Caro nelmindo, permita-me uma observação, a terra existe para proteger as pessoas contra contactos indirectos e directos...


Cumprimentos.

[nelmindo]

Boas, para "saber se a terra é boa" tem de medir a resistência ou a resistividade da terra, há vários equipamentos e métodos para fazer isso. O ideal é chamar alguém qualificado para o fazer.
(Também há muitas técnicas "caseiras", mas como é óbvio, não são fiáveis).

Mas se a sua preocupação é a integridade dos equipamentos que tem em casa (televisores, frigoríficos, etc.) tem de ter atenção é a sobreintensidades e variações de tensão.
A terra destina-se à protecção de pessoas sendo fundamental ao funcionamento do disjuntor diferencial (com excepção para situações muito particulares).

...Primeiro a terra existe para proteger as pessoas contra contactos indirectos...

Caro nelmindo, permita-me uma observação, a terra existe para proteger as pessoas contra contactos indirectos e directos...


Cumprimentos.

Em qualquer um dos regimes, sejam eles IT, TT ou TN, o terra não protege contra contactos directos. Aliás contra contactos directos, só medidas preventivas. Não há equipamentos que façam essa protecção automáticamente. Embora já existam fabricantes que fazem bandeira de que têm diferenciais inteligentes, que conseguem diferenciar contacto directo de indirecto, isso não é 100% confiável.

[absorto]

Em qualquer um dos regimes, sejam eles IT, TT ou TN, o terra não protege contra contactos directos. Aliás contra contactos directos, só medidas preventivas. Não há equipamentos que façam essa protecção automáticamente. Embora já existam fabricantes que fazem bandeira de que têm diferenciais inteligentes, que conseguem diferenciar contacto directo de indirecto, isso não é 100% confiável.

Continuo a discordar.
O que escrevi e o que escrevo agora é apenas no contexto das instalações de utilização de baixa tensão, excluindo distribuição em BT e tudo a montante.

Num regime TT o dispositivo de protecção diferencial detecta correntes de defeito, independentemente se são contactos directos ou indirectos.
A forma como todo o sistema foi projectado (e implementado) é que determinam a sua sensibilidade, ou seja, a dita capacidade de actuação na presença de uma corrente de defeito causada por um contacto directo.
(Mudando ligeiramente o assunto, é possível fazer protecção de pessoas (contactos directos ou indirectos) num regime TT sem protecção diferencial (e é legal), apenas com uma protecção de máxima corrente, ou seja, um disjuntor. Isto acontece se for garantido que a resistência de terra é muito baixa, e agora há duas formas de garantir a protecção das pessoas, ou o tempo de actuação do disjuntor é suficientemente rápido para actuar antes do limite fisiológico da vítima (método muito arriscado), ou então garante-se que as eventuais tensões de contacto estão dentro dos limites, 25V ou 50V, e dou um exemplo: os serviços auxiliares das subestações têm regime de neutro TT e apenas em cargas muito muito particulares é que têm dispositivos diferenciais.)

Um regime IT não tem protecção diferencial, tem sim um CPI, controlador permanente de isolamento (ou impedância).
Este regime é usado em situações em que é necessário garantir o funcionamento da instalação, mesmo na presença de um defeito.
Aqui a protecção de pessoas é feita como já expliquei para o TT, garantindo que as eventuais tensões de contacto estão dentro dos limites, 25V ou 50V.
Um exemplo são as salas de cirurgia dos hospitais, onde não se pode ficar às escuras só por um defeito.

Nos regimes TN (TN-C ou TN-S) também não existe protecção diferencial. Aqui, mais uma vez, existem várias razões e métodos de projecto que garantem a protecção.
E volto a dar um exemplo, desta vez na forma de interrogação: alguma vez viu iluminação pública (regime de neutro TN, acho que TN-S) com diferencial?

Lamento fugir do assunto inicial e de escrever tanto.

Cumprimentos.

[nelmindo]

Em qualquer um dos regimes, sejam eles IT, TT ou TN, o terra não protege contra contactos directos. Aliás contra contactos directos, só medidas preventivas. Não há equipamentos que façam essa protecção automáticamente. Embora já existam fabricantes que fazem bandeira de que têm diferenciais inteligentes, que conseguem diferenciar contacto directo de indirecto, isso não é 100% confiável.

Continuo a discordar.
O que escrevi e o que escrevo agora é apenas no contexto das instalações de utilização de baixa tensão, excluindo distribuição em BT e tudo a montante.

Num regime TT o dispositivo de protecção diferencial detecta correntes de defeito, independentemente se são contactos directos ou indirectos.
A forma como todo o sistema foi projectado (e implementado) é que determinam a sua sensibilidade, ou seja, a dita capacidade de actuação na presença de uma corrente de defeito causada por um contacto directo.
(Mudando ligeiramente o assunto, é possível fazer protecção de pessoas (contactos directos ou indirectos) num regime TT sem protecção diferencial (e é legal), apenas com uma protecção de máxima corrente, ou seja, um disjuntor. Isto acontece se for garantido que a resistência de terra é muito baixa, e agora há duas formas de garantir a protecção das pessoas, ou o tempo de actuação do disjuntor é suficientemente rápido para actuar antes do limite fisiológico da vítima (método muito arriscado), ou então garante-se que as eventuais tensões de contacto estão dentro dos limites, 25V ou 50V, e dou um exemplo: os serviços auxiliares das subestações têm regime de neutro TT e apenas em cargas muito muito particulares é que têm dispositivos diferenciais.)

Um regime IT não tem protecção diferencial, tem sim um CPI, controlador permanente de isolamento (ou impedância).
Este regime é usado em situações em que é necessário garantir o funcionamento da instalação, mesmo na presença de um defeito.
Aqui a protecção de pessoas é feita como já expliquei para o TT, garantindo que as eventuais tensões de contacto estão dentro dos limites, 25V ou 50V.
Um exemplo são as salas de cirurgia dos hospitais, onde não se pode ficar às escuras só por um defeito.

Nos regimes TN (TN-C ou TN-S) também não existe protecção diferencial. Aqui, mais uma vez, existem várias razões e métodos de projecto que garantem a protecção.
E volto a dar um exemplo, desta vez na forma de interrogação: alguma vez viu iluminação pública (regime de neutro TN, acho que TN-S) com diferencial?

Lamento fugir do assunto inicial e de escrever tanto.

Cumprimentos.

Bem o ponto de vista que defende, é a sua interpretação dos fenómenos. Vou respeitar, mas nesse assunto como não estou convencido, vou continuar a defender naquilo que acredito e que fui preparado para.
Um dos ensinamentos que me transmitiram durante a minha formação, foi que não existe algum equipamento que nos proteja contra contactos directos, só Deus em titulo de brincadeira. Todos os manuais que encontrei afirmam o mesmo: protecção contra contactos directos: medidas preventivas, protecção contra contactos indirectos: medidas preventivas e activas.

Todos os exemplo que deu, nos vários regimes são protecções contra contactos indirectos. Não vamos que esperar que esses equipamentos façam o seu trabalho, protegendo as pessoas contra contactos directos. O contacto directo pressupõe tocar mesmo nas partes activas!!!

Esse assunto já foi discutido aqui e um dos pontos que foram todo unanimes, foi a questão da corrente de defeito.
Independentemente da qualidade do trabalho, a protecção contra contactos directos usando equipamento diferencial deixa a desejar. Falou bem nos efeitos fisiológicos e ainda poir cima usou o exemplo das substações.
Como é obvio, as soluções optadas, tem a ver factores importantes como garantias de serviço de serviço, a manutenção um pouco mais elevada que essas instalações têm relativas à normais e outro facto muito importante, o seu acesso por pessoas comuns, que está barrado. Até mesma as pessoas instruidas, o seu acesso é condicionado. Apenas e só à formadas.

Não acredito que haja alguém que possa confiar num diferencial o trabalho de detectar correntes de defeito, quando em determinadas condições, existe o perigo de electrocussão e até mesmo tendo a instalação está bem dimensionada!!!
Não pode como disse, proteger sobre determinadas condições.

Exemplo: instalação comercial (regime TT)com terra de protecção na ordem dos 60ohms. Diferencial no quadro eléctrico de 300mA. Protecção contra contactos indirectos assegurada de acordo com as regras. Então se confia na protecção contra contactos directos, porque é que não se deixa as caixas de derivação abertas e as caixa de bornes dos motores também abertas, se a confiança é assim tão forte? E porque não aumentar a confiança e não meter por exemplo um diferencial de 30mA que é considerado alta-sensibilidade? Mas se a razão é por causa dos curto-circuitos, então porque é que ligamos as terras? Não era suposto estarmos a entregar o trabalho ao diferencial?

[gatobravo]

Boa tarde nelmindo.

Tenho uma pergunta a fazer-te....se tu tocares no borne de uma tomada (fase) numa instalação de uma habitação, a corrente flui por onde e para onde?

[nelmindo]

Boa tarde nelmindo.

Tenho uma pergunta a fazer-te....se tu tocares no borne de uma tomada (fase) numa instalação de uma habitação, a corrente flui por onde e para onde?

Pelo corpo em direcção à terra.
Mas também sei que apartir de 10mA deixo de ter controlo muscular, acima de 20mA respiração dificultada e para além de 100mA paragem cardiaca. Um diferencial de 300mA vai proteger-me quando estiver em paragem cardiaca irreversivel?
Continuo a afirmar: não posso confiar num equipamento que funciona como lhe dá na real gana. É com se estivesse a brincar com as probabilidades ou a brincar com uma ruleta russa.
É por essa razão que muita gente não considera o diferencial um equipamento para proteger contra contactos directos.

Recomendo:
http://www.eletricidade.net/viewtopic.php?f=4&t=3729
http://www.eletricidade.net/viewtopic.php?f=10&t=5208

[gatobravo]

Se vai pelo corpo em direcção à terra, o diferencial dispara. E sendo assim, dispara num contacto directo.

Um dos ensinamentos que me transmitiram durante a minha formação, foi que não existe algum equipamento que nos proteja contra contactos directos...

|
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-->ERRADO!!!

Pelos vistos, ensinaram-te mal, e tu não te preocupaste em averiguar.

[nelmindo]

Se vai pelo corpo em direcção à terra, o diferencial dispara. E sendo assim, dispara num contacto directo.

Um dos ensinamentos que me transmitiram durante a minha formação, foi que não existe algum equipamento que nos proteja contra contactos directos...

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|
-->ERRADO!!!

Pelos vistos, ensinaram-te mal, e tu não te preocupaste em averiguar.

Eu já preocupei-me em averiguar e sei fazer contas.
Como é que explica se eu reunir as seguintes condições (e não é preciso muito): corrente a atravessar o corpo igual a 100mA. O diferencial de 300mA irá disparar? A 100mA não tenho controlo dos musculos, não consigo larga o condutor de o empunhar, logo quando mais tempo estiver neste estado , maior serão os danos, podendo levar à morte. O diferencial está lá, a corrente está-me a travessar, chama a isto protecção contra contactos directos?

[nelmindo]

E mais o suporte legal:
412.5 — Protecção complementar por dispositivos de protecção sensíveis à corrente diferencial-residual (abreviadamente dispositivos diferenciais).
412.5.1 — O emprego de dispositivos diferenciais, de corrente diferencial estipulada não superior a 30 mA, é reconhecido como medida de protecção complementar em caso de falha de outras medidas de protecção contra os contactos directos ou em caso de imprudência dos utilizadores.
412.5.2 — A utilização dos dispositivos referidos na secção 412.5.1 não é reconhecida como constituindo, por si só, uma medida de protecção completa e não dispensa, de modo algum, o emprego de uma das medidas de protecção indicadas nas secções 412.1 a 412.4.

Mas reparem no ponto anterior. Só deve ser usado com complemento e se só se usar diferenciais até 30mA!!!

Recomendo ler ou reler as regras técnicas desde o ponto 41.

[asalopes]

Olá,

Tentando ser objectivo na resposta à questão inicial:

Como saber se a terra é "boa"?

1) Medindo com um aparelho apropriado
2) Em instalações domésticas, de acordo com as Regras Técnicas, o valor máximo recomendado é de 100 Ω.


Cumprimentos.

[gatobravo]

Respondendo ao nelmindo:

Não estávamos a falar nem de RTIEBT, nem de sensibilidade do dispositivo.
Estávamos sim a comentar uma afirmação tua que não estava correcta.

[rainbow]

Bom dia.

Eh eh, parece que o gatinho deu a volta ao nelmindo.
Eu até acho que o nelmindo deu a volta a ele próprio...

412.5.1 — O emprego de dispositivos diferenciais, de corrente diferencial estipulada não superior a 30 mA, é reconhecido como medida de protecção complementar em caso de falha de outras medidas de protecção contra os contactos directos ou em caso de imprudência dos utilizadores.

Eu também recomendo a leitura ao nelmindo...principalmente das partes que não lhe interessam.

Cumprimentos.

[sagan]

Mas também sei que apartir de 10mA deixo de ter controlo muscular, acima de 20mA respiração dificultada e para além de 100mA paragem cardiaca. Um diferencial de 300mA vai proteger-me quando estiver em paragem cardiaca irreversivel?

De facto, um diferencial de 300 mA não protege grande coisa, até porque em muitos contactos directos, provavelmente a corrente que passa pelo corpo é inferior a 300 mA...

Mas com um diferencial de alta sensibilidade (30 mA) o caso muda de figura: realmente pode proteger contra contactos directos.