A possibilidade de carregar aparelhos electrónicos portáteis sem que sejam necessários fios e a partir de uma distância considerável terá sido aberta por investigadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology).

A electricidade sem fios
Eles anunciaram a realização, com sucesso, de testes para um sistema de transferência de energia numa frequência até dez Megahertz. Em Portugal, processo idêntico de transmissão de energia sem contacto tem sido investigado e aplicado, mas entre distâncias muito curtas.
Investigadores ouvidos pelo JN admitem que os testes reivindicados pelo MIT são inéditos, ainda que a ideia e o princípio já existissem. A transmissão de energia sem contacto a distâncias remotas mereceu, inclusivamente, experiências pelo croata Nichola Tesla, no final do século XIX. Só que, afirmaram-nos os especialistas Beatriz Borges e Stanimir Valtchev, do Instituto de Telecomunicações, aquele inventor não tinha, à época, a tecnologia para operar a frequências muito elevadas. Os dois investigadores trabalham nesta área da transmissão de energia sem contacto que, em distâncias mais curtas e com gama de potências maior, encontra já aplicações em próteses médicas no interior do corpo (pacemakers, por exemplo), carga de baterias para telemóveis ou veículos eléctricos ou braços de robôs. A experiência do MIT admitirá uma potência muito baixa, até dez milhões de vezes por segundo.
Outro especialista na área da energia eléctrica e inteligência computacional considera que "o problema residirá no rendimento desta técnica". Explica o director do INESC Porto e professor da Faculdade de Engenharia, a energia que se emite tem que ser direccionada; de outro modo, haverá desperdícios, dispersando-se ela em todas as direcções. Ainda de acordo com Vladimiro Miranda, "estaremos ainda muito longe de poder carregar o computador a distância e sem fios". Admite, contudo, que a técnica possa ter interesse em ambientes fechados e a curta distância
fonte: https://sig.inescporto.pt/use/noticias- ... ancia.html