gerador à terra

gatobravo
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gerador à terra

Mensagem por gatobravo »

Olá.

Boa noite.
Queria colocar aqui uma questão onde estou a ter algumas dúvidas.
Dúvidas essas que derivam de algo que me disseram.
De qualquer modo, a questão é: suponhamos que temos um gerador (por exemplo de 5kVA, monofásico, móvel) e que o ligamos a uma carga. Este gerador está protegido por um disjuntor diferencial.
Havendo um contacto directo (ou indirecto, no caso de haver um defeito de isolamento na carga), o diferencial dispara ou não, tendo em conta que não "aterrámos" o gerador? E no caso de "aterrar" o gerador? Porquê?
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nelmindo
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Re: gerador à terra

Mensagem por nelmindo »

gatobravo Escreveu:Olá.

Boa noite.
Queria colocar aqui uma questão onde estou a ter algumas dúvidas.
Dúvidas essas que derivam de algo que me disseram.
De qualquer modo, a questão é: suponhamos que temos um gerador (por exemplo de 5kVA, monofásico, móvel) e que o ligamos a uma carga. Este gerador está protegido por um disjuntor diferencial.
Havendo um contacto directo (ou indirecto, no caso de haver um defeito de isolamento na carga), o diferencial dispara ou não, tendo em conta que não "aterrámos" o gerador? E no caso de "aterrar" o gerador? Porquê?

contra contactos directos não há dispositivo que nos salve, só Deus (já dizia um professor meu de longa data)

contra contactos indirectos, a técnica usada com diferencial, o dispositivo só funciona com terra de protecção. Os dois são inseparáveis e devem estar em sintonia, ou sejam um deve estar dimensinado a partir do outro.
gatobravo
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Re: gerador à terra

Mensagem por gatobravo »

Olá.

Não sei porquê, mas dá-me a sensação que não respondeste à minha pergunta.
Ãgradeço a atenção, mas doravante, pedia que dessem respostas apenas que sejam relevantes para a pergunta.
mpinto
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Re: gerador à terra

Mensagem por mpinto »

Vou tentar responder à tua questão.
Se tens um gerador a alimentar uma carga mas o ponto comum ou um dos polos do gerador (pode ser qualquer um, se não houver ponto comum dos enrolamentos) não está ligado à terra (entenda-se valor de terra com qualidade suficiente em função do DDR), então neste sistema não existe a componente homopolar, logo se na carga ou em qualquer ponto do circuito passar a existir uma fuga para a terra, o circuito de corrente de fuga não se fecha para o gerador logo o diferencial não dispara. Nesta situação se colocares a mão num dos polos do gerador, como não existe a dita componente, sentirás em principio um choquesito mas não será significativo, terias que ter um diferencial extremamente sensível para detectar essa corrente. É o principio do transformador de isolamento, retiras a tal componente homopolar para que o circuito de defeito não se feche para montante do tranformador. Se fizeres uma terra ao gerador então terás um sistema TT identico ao de qq instalação e nesse caso o DDR poderá actuar no intervalo entre 1/2 de Id (corrente de defeito) e Id, tem de actuar para valores > que Id.
Espero não te ter confundido mais com a explicação.
Em todo o caso espero desencadear a reação/opinião de pessoas mais conhecedoras, que os há e bons, neste forum
gatobravo
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Re: gerador à terra

Mensagem por gatobravo »

Olá mpinto.

Agradeço a tua resposta, mas discordo.
Um diferencial actua "lendo" as correntes de ida e de volta, abrindo os pólos se houver uma diferença superior à sua sensibilidade.
Se uma pessoa apanha um choque, é porque está a passar corrente por ela, e está a escoar para a terra (porque não pode ir para mais lado nenhum). Se essa corrente é igual ou superior à sensibilidade do disjuntor, este tem por obrigação abrir.
Corrrecto?

PS: note-se que não falei em terras aqui.
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Re: gerador à terra

Mensagem por nelmindo »

gatobravo Escreveu:Olá mpinto.

Agradeço a tua resposta, mas discordo.
Um diferencial actua "lendo" as correntes de ida e de volta, abrindo os pólos se houver uma diferença superior à sua sensibilidade.
Se uma pessoa apanha um choque, é porque está a passar corrente por ela, e está a escoar para a terra (porque não pode ir para mais lado nenhum). Se essa corrente é igual ou superior à sensibilidade do disjuntor, este tem por obrigação abrir.
Corrrecto?

PS: note-se que não falei em terras aqui.

pois, mas é aqui que está a falha no reciocinio. É que para a corrente fugir para a terra, ela tem que entrar em algum lugar no gerador. Ela não vai assim para a terra, só por entrar. A terra é usada como condutor até ao gerador, que seja feita por uma pessoa ou pelas massas avariadas. Por outras palavras, sai do receptor via corpo humano e entra no gerador, via terra de serviço. Se não existir, não há corrente que passe pelo corpo humano, não há razão para disparar. A corrente eléctrica não é omo a água ou como o ar comprimido, que se escapa por quizermos. Tem que haver retorno, como acontece com a hidráulica.

Mesmo assim, o diferecial propriamente dito não serve para detectar contactos directos, como uma pessoa que toque no condutores activos. As sensibilidades não são adquadas, mas isso é outra história
gatobravo
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Re: gerador à terra

Mensagem por gatobravo »

Olá.

Ah, muito interessante. Então se meteres lá os dedos não apanhas choque, porque a corrente não "entra" no gerador.
Então nem vale a pena pôr lá o diferencial...basta não ligar à terra. Sim senhor, muito inteligente.
Já agora, os relâmpagos também são fruto da imaginação não é? Ou será que eles voltam para as nuvens (leia-se gerador) e a malta não dá por isso? Para baixo fazem luz, e para cima vão às escuras.
E que tal estares calado? Quem não sabe, não mexe.
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mitos
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Re: gerador à terra

Mensagem por mitos »

gatobravo Escreveu:Olá.

Ah, muito interessante. Então se meteres lá os dedos não apanhas choque, porque a corrente não "entra" no gerador.
Então nem vale a pena pôr lá o diferencial...basta não ligar à terra. Sim senhor, muito inteligente.
Já agora, os relâmpagos também são fruto da imaginação não é? Ou será que eles voltam para as nuvens (leia-se gerador) e a malta não dá por isso? Para baixo fazem luz, e para cima vão às escuras.
E que tal estares calado? Quem não sabe, não mexe.
e que tal aprenderes os principios da electricidade antes de vir para aqui ...
1º um relampago comum contem cerca de 1000 milhoes de volts e cerca de 200.000 amperes. A descarga produzida conseguiria acender uma lampada de 100 watts durante 3 meses (só dura uns milesimos de segundo...) consegue facilmente romper a resistencia do ar entre as nuvens e a terra devido á tensão tão elevada mas não passa de uma descarga electrostatica como a que apanhamos nas portas dos carros
2º para apanhares choque num gerador tens de fechar um circuito, isto é entre dois polos do gerador (não existe fase e neutro á saida de um gerador comum nem positivo e negativo pois é corrente alternada. para apanhares um choque num só polo tens que ter o outro ligado na terra para teres um "neutro" e só assim fechas o circuito - sai por um polo passa por ti para a terra e entra no outro polo que está ligado á terra, e só neste caso é que um diferencial pode actuar num gerador...
3º não ataques aqueles que te estão a tentar ensinar
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Re: gerador à terra

Mensagem por gatobravo »

Olá.

Não quero entrar em picardias.
As respostas continuam a não responder à questão.
Mais uma vez, agradeço que respondam apenas à questão e apenas aqueles que sabem.
Peter10
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Re: gerador à terra

Mensagem por Peter10 »

Boas noites
Eu gostava de saber mais de electricidade, mas não sei.
Quando fosse possivel, agradecia que diga como é.

Obrigada
Peter
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Re: gerador à terra

Mensagem por nelmindo »

mitos Escreveu:
gatobravo Escreveu:Olá.

Ah, muito interessante. Então se meteres lá os dedos não apanhas choque, porque a corrente não "entra" no gerador.
Então nem vale a pena pôr lá o diferencial...basta não ligar à terra. Sim senhor, muito inteligente.
Já agora, os relâmpagos também são fruto da imaginação não é? Ou será que eles voltam para as nuvens (leia-se gerador) e a malta não dá por isso? Para baixo fazem luz, e para cima vão às escuras.
E que tal estares calado? Quem não sabe, não mexe.
e que tal aprenderes os principios da electricidade antes de vir para aqui ...
1º um relampago comum contem cerca de 1000 milhoes de volts e cerca de 200.000 amperes. A descarga produzida conseguiria acender uma lampada de 100 watts durante 3 meses (só dura uns milesimos de segundo...) consegue facilmente romper a resistencia do ar entre as nuvens e a terra devido á tensão tão elevada mas não passa de uma descarga electrostatica como a que apanhamos nas portas dos carros
2º para apanhares choque num gerador tens de fechar um circuito, isto é entre dois polos do gerador (não existe fase e neutro á saida de um gerador comum nem positivo e negativo pois é corrente alternada. para apanhares um choque num só polo tens que ter o outro ligado na terra para teres um "neutro" e só assim fechas o circuito - sai por um polo passa por ti para a terra e entra no outro polo que está ligado á terra, e só neste caso é que um diferencial pode actuar num gerador...
3º não ataques aqueles que te estão a tentar ensinar


Exactamente, electrostática é diferente da electrodinâmica. Falam de electrões, mas os conceitos (raciocinios) são um pouco diferentes.

Uma das técnicas para evitar contactos directos (métodos passivos), é isolar os circuitos com transformadores de isolamento, os tipicos transformadores 230V/230V, muito usados nas oficinas de reparações de electro-domésticos, onde o risco de haver um contacto directo é grande, devido às entranhas estarem abertas.

Quanto ao diferencial, quer seja disjuntor, interruptor ou relé, para que funcione correntamente precisa de terra de protecção nas massas. Já foi discutido isso num tópico aqui. É só procurar, para perceber mais um pouco de como isto funciona e especialmente o porquê de não proteger as pessoas de tocar directamente na fase.
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Re: gerador à terra

Mensagem por Electro 99 »

Então, o diferencial só irá actuar quando houver mau isolamento entre a pessoa (que estiver submetida ao contacto) e a terra.

Aí, haverá descarga para a terra, através da pessoa, e desequilibrio entre as correntes que passam no diferencial.

No entanto, a corrente que passa pela pessoa, não poderá ser fatal?
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Re: gerador à terra

Mensagem por mitos »

Electro 99 Escreveu:Então, o diferencial só irá actuar quando houver mau isolamento entre a pessoa (que estiver submetida ao contacto) e a terra.

Aí, haverá descarga para a terra, através da pessoa, e desequilibrio entre as correntes que passam no diferencial.

No entanto, a corrente que passa pela pessoa, não poderá ser fatal?
isto no caso de teres um dos polos do gerador á terra...
quanto á descarga ser fatal sim pode...
podes consultar esta pagina:
http://dalcantara.vilabol.uol.com.br/index4.html

como podes ver dificilmente um diferencial te protege contra contactos directos...
mas tambem temos que ter em atenção que para ser mortal um choque de 30mA tem de percurrer um determinado circuito no nosso corpo

O percurso da corrente no corpo humano em caso de acidente é muito importante na medida em que o coração pode ser afectado por essa mesma corrente.

Na maioria dos casos os pontos de entrada e saída da corrente encontram-se pelo menos numa das mãos e na outra mão, ou num ou nos dois pés.

Segundo estudos de Koeppen e Tolazzi um dos mais perigosos percursos da corrente, parece ser o da mão esquerda para o peito, porque neste caso o coração se encontra directamente no caminho da corrente.

Por outro lado o percurso da corrente tem importância decisiva porque influencia a resistência eléctrica de maneira determinante, tornando-se assim ele próprio um parâmetro para a intensidade de corrente que se origina.

Segundo outros especialistas os maiores riscos de fibrilação dão-se no percurso da corrente mão direita-pé esquerdo.
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Re: gerador à terra

Mensagem por Mário »

Boas Peter10

"Eu gostava de saber mais de electricidade, mas não sei.
Quando fosse possivel, agradecia que diga como é."

1-Actualiza o perfil "profile"

2º Pensa num motor eléctrico monofásico, não tens que ligar a fase em local especifico, podes trocar com o neutro. Pensa em uma betoneira pequena das obras em que é ligada através de extensões, não sabes qual é a fase ou o neutro, ligas a ficha, (frigorificos domesticos, enfim muitos equipamentos).

Quando um motor é bobinado, não existe nada que diga qual é a fase ou o neutro (Não esquecer que estamos a falar de monofásicos).

Quando um "gerador" é bobinado, não existe nada que diga qual é a fase ou o neutro (Não esquecer que estamos a falar de monofásicos).

Sobre a pergunta feita no inicio do tópico.

"suponhamos que temos um gerador (por exemplo de 5kVA, monofásico, móvel) e que o ligamos a uma carga. Este gerador está protegido por um disjuntor diferencial."

Protegido por disjuntor diferencial, creio que não é o caso, dado que o diferencial não protege o "gerador". O que se tem é um disjuntor que protege o "gerador" de curto-circuito a jusante e possíveis excessos de carga (por vezes utiliza-se relés térmicos dado serem mais efectivos, e ter-se uma melhor regulação).

A nível de diferencial em (monofásico) tem que estar ligado à terra com uma ponta da bobinagem à terra, (tens que ligar um dos fios da bobinagem à terra e ter uma terra feita (espetas um eléctrodo), e neste caso o diferencial já funciona a jusante. Mas não protege o "gerador"

"Havendo um contacto directo (ou indirecto, no caso de haver um defeito de isolamento na carga), o diferencial dispara ou não, tendo em conta que não "aterrámos" o gerador? E no caso de "aterrar" o gerador? Porquê?"

Creio que expliquei em cima.

Já fora do "gerador" monofásico mas no caso de ser trifásico, como é que pensas que tens o neutro quando as ligações são em triangulo? dado que não tens o ponto neutro da estrela, tens que fazer o neutro atraves do solo (e passas a ter terra de protecção e terra de serviço)

Se tiveres duvidas diz, mas actualiza o perfil, ok?

Cump.
Mário
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gatobravo
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Re: gerador à terra

Mensagem por gatobravo »

Olá.

Bem, apesar de não concordar com as opiniões, parecem haver aqui pessoas com interesse em debater o assunto (espero que as outras não metam o bedelho), por isso, vou tentar explicar o meu ponto de vista por partes.
Toda a gente sabe como funciona um diferencial (interruptor ou disjuntor), certo?
Existe um toro, sobre o qual de enrolam espiras, no caso bipolar, são duas em oposição, as quais ao serem percorridas por uma "corrente de fase" (numa delas) e por uma "corrente de neutro" (na outra), originam um campo electromagnético que se anula. No caso de uma destas correntes ser maior do que a outra, vai dar origem a um campo electromanético que não é nulo, campo este que vai induzir uma corrente numa outra espira, corrente essa que vai provocar o disparo de um relé, abrindo o diferencial. Até aqui estamos todos de acordo, certo?
Logo, podemos concluir que, o factor necessário para fazer abrir o diferencial é haver uma diferença entre a corrente de "ida" e a corrente de "volta". De acordo?
Quem estiver de acordo diga, para passarmos ao ponto seguinte.
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