Análise físico-química do óleo do transformador de potência
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Análise físico-química do óleo do transformador de potência
Boa tarde, gostaria de saber quem realiza a Análise físico-química do óleo do transformador de potência? É a primeira vez que procedo a inspecções de exploração de instalações eléctricase tive a verificar que este é um dos pontos de análise de um PT. Gostaria de saber também que após o relatório de inspecção de exploração como se processa o envio do relatório para a DGEG, sei que existe o formulário modelo 937 da Casa da Moeda mas depois de preenchido não sei como proceder para o envio do mesmo se é o Técn. Responsável ou se a entidade(tipo Escola) que faz o envio.
Re: Análise físico-química do óleo do transformador de potência
Olá meu caro "smalhao".
Apenas lhe poderei descrever como resolvi milhares de recolhas de óleo de transformador enquanto estive ao serviço da EDP, afim de saber
qual a quantidade de PCBs existentes em cada um dos transformadores analisados.
Todas as recolhas de óleo isolante mineral eram efetuadas e enviadas para a Lablec cujo laboratório se situa em Sacavém. Esta entidade, depois
de analisar o óleo recolhido no transformador, emitia um relatório que encaminhava para os respetivos departamentos emissores.
Neste caso, manutenção e AO.
Materiais a utilizar na recolha de óleo de um transformador.
1º - Recipiente para recolha de óleo (tina plástica retangular, limpa de impurezas). De preferência nova.
2º - Frasco em plástico de um litro de óleo recolhido de tampa roscada para armazenamento do óleo a analisar.
3º - Caso se trate de transformador em PT aéreo, utilizar barquinha ou escada com o último lanço isolado. Se tratar de um transformador
de cabina, estes elementos de proteção coletiva não fazem parte da recolha.
4º - Chave inglesa para abertura (desaperto) e reaperto da bujão(válvula ou câmpanula de proteção) à torneira inferior do depósito ou cuba
de óleo.
Procedimentos de segurança a efetuar durante a recolha
Ainda que se trate de um PT particular, necessita de solicitar ao centro de condução da área respetiva a que pertence um pedido de
indisponibilidade ou de terrupção de energia para o dito PT. Informando a data e horas da interrupção e a hora previsível de religação
do mesmo.
Depois de aceite pelo departamento de condução, este enviar-lhe-à, todo o processo de consignação da instalação acima referida para a recolha
de óleo.
Procedimentos de segurança a observar durante a recolha
1º - Retirar a instalação fora de serviço - (trabalho em TFT- trabalho fora de tensão)
2º - Retirar o bujão de retenção do óleo utilizando para efeito o recipiente retangular de recolha.
3º - Depois desta operação abrir a torneira ou válvula de retenção e deixar sair uma pequena quantidade de óleo para o interior do recipiente.
Esta operação servirá para retirar alguma impureza contida no óleo.
4º - Se a quantidade de óleo retirado contiver partículas de sujidade, deverá limpar de forma cuidada o recipiente, utilizando para efeito
papel de cozinha.
5º- Depois do recipiente se encontrar muito bem limpo, abrir de novo a torneira inferior ou por meio de parafuso quadrado com chave inglesa,
retirar a quantidade de óleo necessária ao enchimento do vasilhame plástico ± um litro de óleo mineral.
6º - Feita a deposição de óleo no frasco de plástico, reapertar totalmente a torneira ou através da chave inglesa o parafuso quadrado.
Informar o responsável de consignação sobre o fim de trabalhos.
Espero ter contribuído e esclarecido alguma dúvida existente.
Cptos
JAG
Apenas lhe poderei descrever como resolvi milhares de recolhas de óleo de transformador enquanto estive ao serviço da EDP, afim de saber
qual a quantidade de PCBs existentes em cada um dos transformadores analisados.
Todas as recolhas de óleo isolante mineral eram efetuadas e enviadas para a Lablec cujo laboratório se situa em Sacavém. Esta entidade, depois
de analisar o óleo recolhido no transformador, emitia um relatório que encaminhava para os respetivos departamentos emissores.
Neste caso, manutenção e AO.
Materiais a utilizar na recolha de óleo de um transformador.
1º - Recipiente para recolha de óleo (tina plástica retangular, limpa de impurezas). De preferência nova.
2º - Frasco em plástico de um litro de óleo recolhido de tampa roscada para armazenamento do óleo a analisar.
3º - Caso se trate de transformador em PT aéreo, utilizar barquinha ou escada com o último lanço isolado. Se tratar de um transformador
de cabina, estes elementos de proteção coletiva não fazem parte da recolha.
4º - Chave inglesa para abertura (desaperto) e reaperto da bujão(válvula ou câmpanula de proteção) à torneira inferior do depósito ou cuba
de óleo.
Procedimentos de segurança a efetuar durante a recolha
Ainda que se trate de um PT particular, necessita de solicitar ao centro de condução da área respetiva a que pertence um pedido de
indisponibilidade ou de terrupção de energia para o dito PT. Informando a data e horas da interrupção e a hora previsível de religação
do mesmo.
Depois de aceite pelo departamento de condução, este enviar-lhe-à, todo o processo de consignação da instalação acima referida para a recolha
de óleo.
Procedimentos de segurança a observar durante a recolha
1º - Retirar a instalação fora de serviço - (trabalho em TFT- trabalho fora de tensão)
2º - Retirar o bujão de retenção do óleo utilizando para efeito o recipiente retangular de recolha.
3º - Depois desta operação abrir a torneira ou válvula de retenção e deixar sair uma pequena quantidade de óleo para o interior do recipiente.
Esta operação servirá para retirar alguma impureza contida no óleo.
4º - Se a quantidade de óleo retirado contiver partículas de sujidade, deverá limpar de forma cuidada o recipiente, utilizando para efeito
papel de cozinha.
5º- Depois do recipiente se encontrar muito bem limpo, abrir de novo a torneira inferior ou por meio de parafuso quadrado com chave inglesa,
retirar a quantidade de óleo necessária ao enchimento do vasilhame plástico ± um litro de óleo mineral.
6º - Feita a deposição de óleo no frasco de plástico, reapertar totalmente a torneira ou através da chave inglesa o parafuso quadrado.
Informar o responsável de consignação sobre o fim de trabalhos.
Espero ter contribuído e esclarecido alguma dúvida existente.
Cptos
JAG
Re: Análise físico-química do óleo do transformador de potência
Se for no Porto, R. Direita do Viso 120, 4250-198 Porto e entregas na portaria. Ou podes enviar por email.
Quanto ao resto, esses modelos foram feitos no tempo em que os transformadores tinham vaso de expansão. Agora os transformadores de distribuição, a óleo, são herméticos, ou seja o óleo não está em contacto com o ar. Se for este o caso não tens que fazer esse teste.
Não és obrigado a preencher todos os campos do modelo
Quanto ao resto, esses modelos foram feitos no tempo em que os transformadores tinham vaso de expansão. Agora os transformadores de distribuição, a óleo, são herméticos, ou seja o óleo não está em contacto com o ar. Se for este o caso não tens que fazer esse teste.
Não és obrigado a preencher todos os campos do modelo
Re: Análise físico-química do óleo do transformador de potência
Em todo o caso a norma IEC 60296 define os ensaios do óleo. A norma NETA (USA) "recomenda" 24 meses para recolha das amostras. (Ver pág 42 a 45 do nº 71, 1º trimestre 2020 da revista o electricista). Excelente revista, recomendo vivamente
Re: Análise físico-química do óleo do transformador de potência
Olá meu caro “mpinto”
Peço desculpa por esta pequena achega aos seus posts e também pela extensão do texto.
Ficou algo por dizer sobre os transformadores quanto às recolhas de óleo.
1º - Existe em Portugal legislação específica para a recolha e análise de óleo em transformador.
A entidade que superintende esta matéria é a APA (Agência Portuguesa do Ambiente), cujo
enquadramento legal data de março de 2010, tendo por base em Portugal o “Guia de Boas
Praticas em Gestão de Equipamentos com PCB.
2º - O enquadramento legal tem por base os produtos fabricados através de produtos químicos
sintéticos largamente utilizados nos anos 80 e atingindo o pico na década de 70, tendo por
base nos << Policlorofilinos >> (PCB), existentes na industria, nomeadamente em óleos isolantes de transformadores e Condensadores, devido às suas propriedades dielétricas.
A industria foi o sector onde se verificou a maior aplicação destes compostos, no entanto,
a sua presença estendeu-se a outo tipo de infraestruturas que requeriam o uso da
eletricidade. Como sejam os edifícios de serviços, comércio e de habitação.
3º - Os PCBs foram igualmente utilizados no fabrico de lubrificantes, óleos de corte, plásticos,
Lâmpadas fluorescentes ou mesmo em pesticidas (prolongando o seu tempo de vida) entre
Outros.
A exposição a cada um destes compostos, está associado a alguns malefícios para a saúde
Pública, podendo o fígado apresentar-se com efeitos potencialmente cancerígeno.
4º - A grande maioria de PCBs é conhecida pelo nome comercial de:
Piralene, Aroclor, Phenoclor e Kanecholor, estes são os mais comuns.
5º - Existem diversas tipologias construtivas para transformadores
a) -- Transformadores herméticos e não herméticos.
b) - Os transformadores herméticos estes podem apresentar-se com as seguintes soluções construtivas:
a.1) – Transformador hermético em qua a cuba apresenta uma pequena inclinação, para expansão do óleo aquecido, caso de um curto circuito ou de uma sobrecarga.
(trata-se de pequenos transformadores de potência até 100 KVA).
a.2) - Transformador de cuba, hermético, contendo na parte superior da tampa um tubo metálico para expansão do óleo aquecido, caso de um curto circuito ou de uma sobrecarga.
a.3) – Transformador de cuba contendo reservatório ou tanque de expansão de óleo.
a.4) – Transformadores secos em que o isolamento é conseguido através de resina epóxi.
Nota: Até ao ponto a .3 todos os transformadores são de enchimento integral. De referir que estes compostos foram interditos em 1986. Devo também referir que o Decreto-Lei nº 277/99 obriga à inventariação dos equipamentos que contenham PCbs ou resíduos de PCBs, através de informação fornecida pelos respetivos detentores.
Atualmente, a gestão de PCBs e dos equipamentos que os contêm, está regulada pelo supramencionado D.Lei nº 277/99 de 23 de Julho e alterado pelo D.Lei nº 72/2007. Sendo este decreto que estabelece as regras de eliminação e descontaminação dos solos, tendo em vista a destruição total destes. Trasnpondo para o direito interno a diretiva 96/59/CE do Conselho de 16 setembro de 1996. De acordo com a referia legislação europeia.
6º- Apenas os transformadores construídos antes do ano de 1980, devem ser analisados, periodicamente para se saber se contém ou não PCBs e qual a sua percentagem
Peço desculpa por esta pequena achega aos seus posts e também pela extensão do texto.
Ficou algo por dizer sobre os transformadores quanto às recolhas de óleo.
1º - Existe em Portugal legislação específica para a recolha e análise de óleo em transformador.
A entidade que superintende esta matéria é a APA (Agência Portuguesa do Ambiente), cujo
enquadramento legal data de março de 2010, tendo por base em Portugal o “Guia de Boas
Praticas em Gestão de Equipamentos com PCB.
2º - O enquadramento legal tem por base os produtos fabricados através de produtos químicos
sintéticos largamente utilizados nos anos 80 e atingindo o pico na década de 70, tendo por
base nos << Policlorofilinos >> (PCB), existentes na industria, nomeadamente em óleos isolantes de transformadores e Condensadores, devido às suas propriedades dielétricas.
A industria foi o sector onde se verificou a maior aplicação destes compostos, no entanto,
a sua presença estendeu-se a outo tipo de infraestruturas que requeriam o uso da
eletricidade. Como sejam os edifícios de serviços, comércio e de habitação.
3º - Os PCBs foram igualmente utilizados no fabrico de lubrificantes, óleos de corte, plásticos,
Lâmpadas fluorescentes ou mesmo em pesticidas (prolongando o seu tempo de vida) entre
Outros.
A exposição a cada um destes compostos, está associado a alguns malefícios para a saúde
Pública, podendo o fígado apresentar-se com efeitos potencialmente cancerígeno.
4º - A grande maioria de PCBs é conhecida pelo nome comercial de:
Piralene, Aroclor, Phenoclor e Kanecholor, estes são os mais comuns.
5º - Existem diversas tipologias construtivas para transformadores
a) -- Transformadores herméticos e não herméticos.
b) - Os transformadores herméticos estes podem apresentar-se com as seguintes soluções construtivas:
a.1) – Transformador hermético em qua a cuba apresenta uma pequena inclinação, para expansão do óleo aquecido, caso de um curto circuito ou de uma sobrecarga.
(trata-se de pequenos transformadores de potência até 100 KVA).
a.2) - Transformador de cuba, hermético, contendo na parte superior da tampa um tubo metálico para expansão do óleo aquecido, caso de um curto circuito ou de uma sobrecarga.
a.3) – Transformador de cuba contendo reservatório ou tanque de expansão de óleo.
a.4) – Transformadores secos em que o isolamento é conseguido através de resina epóxi.
Nota: Até ao ponto a .3 todos os transformadores são de enchimento integral. De referir que estes compostos foram interditos em 1986. Devo também referir que o Decreto-Lei nº 277/99 obriga à inventariação dos equipamentos que contenham PCbs ou resíduos de PCBs, através de informação fornecida pelos respetivos detentores.
Atualmente, a gestão de PCBs e dos equipamentos que os contêm, está regulada pelo supramencionado D.Lei nº 277/99 de 23 de Julho e alterado pelo D.Lei nº 72/2007. Sendo este decreto que estabelece as regras de eliminação e descontaminação dos solos, tendo em vista a destruição total destes. Trasnpondo para o direito interno a diretiva 96/59/CE do Conselho de 16 setembro de 1996. De acordo com a referia legislação europeia.
6º- Apenas os transformadores construídos antes do ano de 1980, devem ser analisados, periodicamente para se saber se contém ou não PCBs e qual a sua percentagem
Re: Análise físico-química do óleo do transformador de potência
Amigo Faiante.
Não tem que pedir desculpa, por nada. Fico, isso sim, agradecido por partilhar o seu conhecimento. Embora não tenha a certeza, creio que o caso que deu origem a este post se enquadra no 6º ponto.
Não tem que pedir desculpa, por nada. Fico, isso sim, agradecido por partilhar o seu conhecimento. Embora não tenha a certeza, creio que o caso que deu origem a este post se enquadra no 6º ponto.