Secção cablagem e queda de tensão

[dirtyfrank]

Boas,

Qual a secção aconselhável a utilizar numa instalação em que o equipamento consome no máximo 20 A e dista do quadro elétrico uns 50 m?
O equipamento será protegido por um disjuntor de 32 A.
Por exemplo: Um cabo de 4 mm2 em PVC (queda de tensão próxima dos 5%), método de instalação B, tem um Iz de 32 A...posso usar este cabo? Tem margem? Utilizar um cabo de 6 mm2 será exagerado?

O equipamento não funciona de forma continua, isto é, os 20 A só são atingidos em picos de frações de segundo, espaçado alguns segundos ou minutos entre eles.

Nestes caso as regras para o calculo da secção do cabo, intensidade máxima e quedas de tensão são as mesmas como se a corrente fosse "continua", ou existe algum fator de correção?

Desde já obrigado.

[NosferatuPT]

O equipamento será trifásico, certo?
Sendo trifásico, não há nenhum Iz igual a 32A. Para 4mm^2, método B, tens 28A. Estás a fazer os cálculos considerando o cabo trifásico? Sugeria verificá-los novamente.

Se o calibre do disjuntor é 32A, o Iz do cabo tem de ser superior (condição de sobrecarga)! Por isso, tens de subir a secção.

EDIT: O equipamento é algum motor? Qual o In e tipo de arranque (direto, estrela triângulo, etc)?

[dirtyfrank]

Peço desculpa pelo lapso. O equipamento é monofasico 230 V. Não é um motor, mas um transformador.

A duvida e se tendo um disjuntor de 32 A posso usar o cabo de 4, para as condiçoes referidas, sendo Iz=32 A, ou se convem usar um cabo xlpe em que o Iz e superior?

A alternativa seria usar um cabo de 6 mm2, mas nao sei se sera exagerado, tendo em conta que os 20 A so sao atingidos por picos e nao de forma continua.

Qual a melhor soluçao?

[dirtyfrank]

Peço desculpa pelo lapso. O equipamento é monofasico 230 V. Não é um motor, mas um transformador.

A duvida e se tendo um disjuntor de 32 A posso usar o cabo de 4, para as condiçoes referidas, sendo Iz=32 A, ou se convem usar um cabo xlpe em que o Iz e superior?

A alternativa seria usar um cabo de 6 mm2, mas nao sei se sera exagerado, tendo em conta que os 20 A so sao atingidos por picos e nao de forma continua.

Qual a melhor soluçao?

[NosferatuPT]

Só por curiosidade, qual o In desse transformador no primário? Em que tipo de condições prevês que sejam atingidos os 20A? Cuidado que, se for para ligar a uma tomada, estas só permitem até 16A.

Se garantes que os 20A são atingidos apenas durante milissegundos e que esse valor, de facto, não é ultrapassado, então os 4mm^2 parecem-me uma opção viável.

[dirtyfrank]

O In do primario será os 2
0 A. Nao é para ligar a uma tomada, mas sim a uma caixa com bornes de ligação.

Penso que o cabo de 4 mm2 é viável, a minha dúvida e se ao usar um cabo PVC sendo o Iz de 32 A e o disjuntor de 32 A também, não obrigava a subir para um de 6 mm2. Os 20 A apenas sao atingidos em fracções de segundo.

Ao usar um cabo de 4 mm2 ou de 6 mm2 devido a distância, posso manter o cabo de 2,5 mm2 que vem com o equipamento? Ou sou obrigado a colocar uma protecção, entre os dois cabos, devido à mudança de secção?

Enviado do meu E2105 através de Tapatalk

[angel_of_diablo]

O In do primario será os 2
0 A. Nao é para ligar a uma tomada, mas sim a uma caixa com bornes de ligação.

Penso que o cabo de 4 mm2 é viável, a minha dúvida e se ao usar um cabo PVC sendo o Iz de 32 A e o disjuntor de 32 A também, não obrigava a subir para um de 6 mm2. Os 20 A apenas sao atingidos em fracções de segundo.

Ao usar um cabo de 4 mm2 ou de 6 mm2 devido a distância, posso manter o cabo de 2,5 mm2 que vem com o equipamento? Ou sou obrigado a colocar uma protecção, entre os dois cabos, devido à mudança de secção?

Enviado do meu E2105 através de Tapatalk

Algumas questões antes de o ajudar:
1) Como é realizada essa canalização - Caminho de cabos (qts cabos vão nele), tubo, enterrado, outros?
2) O Quadro Elétrico que alimenta o transformador é o Q.E., um Quadro Parcial ou o Q.G.B.T.?
3) Qual a queda de tensão até esse quadro?

[dirtyfrank]

A instalação já está toda feita, é só preciso passar o cabo do QE até o equipamento. Mas vou tentar responder :

1) O cabo vai por calha técnica junto com outros cabos, e depois a maior parte do trajecto por cima de tecto falso, nao sei se em esteira.

2) O equipamento é alimentado por um QE parcial que por sua vez é alimentado por um QE geral.

3) Nao faço ideia qual a queda de tensão de um quadro ao outro.

Só quero ter a certeza que um cabo de 4 mm2 cumpre as regras técnicas e que realmente é a melhor solução.

[angel_of_diablo]

A instalação já está toda feita, é só preciso passar o cabo do QE até o equipamento. Mas vou tentar responder :

1) O cabo vai por calha técnica junto com outros cabos, e depois a maior parte do trajecto por cima de tecto falso, nao sei se em esteira.

2) O equipamento é alimentado por um QE parcial que por sua vez é alimentado por um QE geral.

3) Nao faço ideia qual a queda de tensão de um quadro ao outro.

Só quero ter a certeza que um cabo de 4 mm2 cumpre as regras técnicas e que realmente é a melhor solução.

Olá "dirtyfrank".

Anexo os dimensionamentos que fiz.


Algumas considerações:
A) Os dimensionamentos foram feitos com caminho de cabos em varão. Não sei se era isso a que se referia como calha técnica. Se for calha PVC (não falo de caminho de cabos em PVC) então o método de referência é o B2;
B) O fator de correção de agrupamento de cabos (0,78) no K2 diz respeito a caminho de cabos tipo escada, para 9 ou mais cabos encostados. Na minha opinião é o mais adequado para caminho de cabos em varão.
C) Nos dimensionamentos, o ponto 1 é com cabo XV onde pode usar os 4 mm2;
D) Nos dimensionamentos, o ponto 2 é com cabo VV onde pode ver que não passa com as condições do ponto B);
E) Nos dimensionamentos, o ponto 3 é com cabo VV onde passa com cabo de 6 mm2.

Eu para 32 A ponho sempre 6 mm2.

[dirtyfrank]

Obrigado pelo anexo, mas podia colocar de outra forma, porque não estou a conseguir visualizar...fica demasiado pequeno e não se consegue ler.

[angel_of_diablo]

Obrigado pelo anexo, mas podia colocar de outra forma, porque não estou a conseguir visualizar...fica demasiado pequeno e não se consegue ler.

Resolvido. Está agora em PDF.

[dirtyfrank]

Mais uma vez obrigado.

a)Quando me referia a calha técnica, é a calha em PVC que é fixada às paredes. Mas esse percurso de cabo é apenas de uns 5 m. O restante vai por cima do teto falso. Para esta situação usa-se o método de referencia E? ou como existe um percurso em calha devo usar o método B?

b)O valor de K2 que usou é o mais usual para percurso de cabos em esteira? e qual o K2 para o caso de ser em calha PVC?

c)Visto que os 20 A não vão ser "contínuos", isto é, só serão aplicados em frações de segundo, existe algum fator de correção para esta situação ou as regras técnicas são as mesmas caso o cabo estivesse a ser percorrido pelos 20 A?

d)Para a situação do ponto D), se usasse um disjuntor de 25 A, já passava nas condições, certo?

[angel_of_diablo]

A azul.

Mais uma vez obrigado.

a)Quando me referia a calha técnica, é a calha em PVC que é fixada às paredes. Mas esse percurso de cabo é apenas de uns 5 m. O restante vai por cima do teto falso. Quando a canalização for feita de diversas maneiras, os dimensionamentos devem ser feitos para a situação mais gravosa. Para esta situação usa-se o método de referencia E? Para calha PVC ou cabo em tubo o método é o B2. ou como existe um percurso em calha devo usar o método B? O método B é para fio em tubo.

b)O valor de K2 que usou é o mais usual para percurso de cabos em esteira? É o valor para 9 ou mais cabos encostados em caminho de cabos (escada). Para caminho de cabos em varão eu considero-os como escadas, pois não acho correto usar os coeficientes dos caminhos de cabos perfurados. e qual o K2 para o caso de ser em calha PVC? Para 9 cabos o K2 é igual 0,5.

c)Visto que os 20 A não vão ser "contínuos", isto é, só serão aplicados em frações de segundo, existe algum fator de correção para esta situação ou as regras técnicas são as mesmas caso o cabo estivesse a ser percorrido pelos 20 A? Os dimensionamentos dos cabos devem ser feitos para a corrente máxima que os possam percorrer.

d)Para a situação do ponto D), se usasse um disjuntor de 25 A, já passava nas condições, certo? Para que os dimensionamentos sejam o mais coerentes com a realidade, deve dizer quantos cabos passam na parte mais gravosa da canalização e se possível saber se o que vai dentro do teto é calha ou caminho de cabos (esteira) e de que tipo. Depois posso refazer os cálculos, se quiser.

[dirtyfrank]

Obrigado pelas informações e pelas dicas. Não querendo abusar da sua disponibilidade queria colocar mais duas questões:

a) Ao usar um cabo de 4 mm2, posso manter o cabo de 2,5 mm2 que vem com o equipamento? Ou sou obrigado a colocar uma proteção, entre os dois cabos, devido à mudança de secção? A ligação entre os dois cabos será feita em caixa com placa de bornes.

b) Numa situação em que se tem um motor distanciado do quadro elétrico, como é feita a proteção? Deve-se colocar um disjuntor-motor para proteção do motor e da canalização no QE? ou deve-se ter uma proteção o mais próximo possível do motor para a proteção do mesmo (dijuntor-motor) e depois uma proteção no QE para proteção da canalização?

[angel_of_diablo]

A azul.

Obrigado pelas informações e pelas dicas. Não querendo abusar da sua disponibilidade queria colocar mais duas questões:

a) Ao usar um cabo de 4 mm2, posso manter o cabo de 2,5 mm2 que vem com o equipamento? Ou sou obrigado a colocar uma proteção, entre os dois cabos, devido à mudança de secção? A ligação entre os dois cabos será feita em caixa com placa de bornes.
À partida não precisa, pois esse cabo foi dimensionado pelo fabricante para a corrente que o aparelho consome. O disjuntor que estás a colocar a montante é para a proteção da canalização até essa caixa de ligação e não para proteção do aparelho. É o caso das máquinas de lavar que usam cabos 3G1 mm2, por exemplo. No seu caso eu colocaria disjuntor de 25A para a canalização até essa caixa e assim fica descançado.

b) Numa situação em que se tem um motor distanciado do quadro elétrico, como é feita a proteção? Deve-se colocar um disjuntor-motor para proteção do motor e da canalização no QE? ou deve-se ter uma proteção o mais próximo possível do motor para a proteção do mesmo (dijuntor-motor) e depois uma proteção no QE para proteção da canalização?
Deve estar tudo no quadro elétrico, entre outras razões, pelo facto de não ter que ir a cada motor cada vez que o térmico desliga ou esse disjuntor-motor proteger mais do que um motor quando existem motores a trabalhar alternadamente. Mas depende da situação, pois se for um equipamento único e isolado então faria a proteção de uma canalização como qualquer outra e depois fazia a proteção local do motor.