Limite resistência de terra ligação mastro antenas à terra

[joaoosvaldo]

Vou atirar mais uma "acha para a fogueira".

Nos edifícios que sejam dotados de antenas (MATV / SMATV) e realização obrigatória da ligação do mastro das antenas à terra e respectivo DST qual o valor máximo que deve apresentar a resistência de terra?

Para os pára-raios o limite são 10ohm será este também o limite para este caso específico?!

[Duzia12]

10 Ohms

[joaoosvaldo]

10 Ohms

Para pára-raios:

"O valor da resistência de contacto medida nas condições normais não deve exceder 10ohm."

Guia Técnico de Pára-Raios

[lmma]

Boas,

Uma antena não é um pára-raios, embora também se possa comportar como tal. Não sendo um pára-raios, julgo que o valor máximo 10 ohm não será obrigatório. Sendo assim o seu valor será definido pelo calibre da protecção diferencial da instalação.
Esta é apenas e minha interpretação.

[carlos_cfr7]

Pag 199 do manual ITED diz que na ausencia de para raios, as antenas devem estar preparadas para funcionar como tal. Eu assumiria que eles querem os 10ohm, mas para uma moradia, em alguns casos, parece-me que o pessoal vai-se marimbar pra isso, aproveitando-se da falta de detalhe do manual.

[joaoosvaldo]

Pag 199 do manual ITED diz que na ausencia de para raios, as antenas devem estar preparadas para funcionar como tal. Eu assumiria que eles querem os 10ohm, mas para uma moradia, em alguns casos, parece-me que o pessoal vai-se marimbar pra isso, aproveitando-se da falta de detalhe do manual.

Pois se não existe pára-raios propriamente dito serão as antenas a ter essa função.

Também numa moradia isolada à partida, a não ser que seja um requisito do cliente ou outra razão qualquer, não vão existir antenas mas nas restantes instalações em que estas existam, na minha opinião (vale o que vale) o limite da resistência de terra deve ser os 10ohm e a ANACOM devia clarificar esta questão!

[manuel teotonio]

5. PROTECÇÃO DE PESSOAS E BENS
MANUAL ITUR
81
Ligação à terra dos descarregadores de sobretensão das instalações telefónicas
Nas Regras Técnicas - Anexo V (anexas à Portaria n.º 949-A/2006 de 11 de Setembro), apresentam-se os critérios para a
ligação entre os descarregadores de sobretensão das instalações telefónicas e as instalações fixas dos edifícios. Desse
anexo transcrevemos alguns trechos que nos parecem mais significativos:
“Os descarregadores de sobretensão das instalações telefónicas podem ser ligados aos eléctrodos de terra das massas das
instalações eléctricas desde que sejam respeitadas simultaneamente as seguintes condições:
a) A resistência do eléctrodo seja compatível com as condições exigidas para a ligação à terra dos descarregadores de
sobretensão das instalações telefónicas.
b) O condutor de ligação à terra dos descarregadores de sobretensão das instalações telefónicas seja ligado directamente
ao terminal principal de terra do edifício por meio de um condutor que não seja identificado pela cor verde-amarela.”
“Se as características e as disposições do eléctrodo de terras das massas da instalação eléctrica não forem adequadas às
correntes resultantes de uma descarga atmosférica, deve ser utilizado um eléctrodo de terra especial para os descarregadores
de sobretensão das instalações telefónicas, como pode ser o caso dos eléctrodos que não sejam anéis de fundação
dos edifícios. Os dois eléctrodos de terra devem, neste caso, ser interligados por um condutor de equipotencialidade
de secção não inferior a 6mm2, se de cobre, ou de secção equivalente, se de outro material, identificado como condutor
de protecção pela cor verde - amarela.”
Em síntese, pode afirmar-se que as implicações das Regras Técnicas das Instalações Eléctricas de Baixa Tensão são as seguintes:
1 - Todos os sistemas e equipamentos de telecomunicações, desde que com componentes metálicos (normalmente sem
tensão), devem estar devidamente ligados ao eléctrodo de terras de fundações do edifício;
2 - Cada um dos sistemas, tais como pára-raios, devem estar ligados à terra com eléctrodo dedicado mas equipotencializados
com a terra geral do edifício;3 - Toda a estrutura metálica (vigas, perfis, etc.), constitutivas do edifício, devem estar equipotencializadas com a terra;
4 - Os equipamentos de telecomunicações devem ser ligados à terra geral do edifício, que todavia estarão equipotencializadas
com a terra.
5.2 PROTECÇÃO DAS INSTALAÇÕES
As ITUR terão obrigatoriamente um sistema de terras de protecção, de acordo com a regulamentação em vigor, que incluirá
todos os armários, dispositivos activos e passivos, e sistemas de antenas, os quais devem ser dimensionados e calculados,
constando do projecto.
Numa infra-estrutura de telecomunicações de urbanização, deve existir um “sistema de terras de urbanização”, em que todos
os sistemas de terra independentes de cada edifício poderão encontrar-se interligados entre si, provocando entre eles pequenas
diferenças de potencial, que podem ser solucionadas com um isolamento galvânico, segundo o estipulado na norma
EN 60728-11:2005 (correspondência à IEC 60728-11). Devem ainda ser estudadas, projectadas e seguidas outras soluções,
presentes na norma anterior, que garantam a protecção das instalações de telecomunicações.
Será ainda importante acrescentar que as malhas de terra dos cabos devem estar ligadas ao sistema de terras implementado,
favorecendo o escoamento de correntes parasitas de fuga, para a terra.
Os sistemas de distribuição devem sempre ser projectados e construídos de maneira a que não existam tensões prejudiciais
ou perigosas na parte condutora externa de qualquer cabo ou em partes metálicas externas de qualquer equipamento
mesmo que seja passivo, devendo ser seguidas também as directrizes CEM para instalação IEC/TR 61000-5-2:1997 e
a IEC 60364-5-54:2002 (diferentes sistemas de terras em instalações eléctricas de edifícios).
As recomendações para a instalação de cabos e dispositivos, com ligação à terra, que estão previstas na directriz
IEC 61000-5-2, são importantes para o controlo de RF em sistemas de telecomunicações. Com a evolução tecnológica
e sofisticação constante dos sistemas electrónicos, é sempre necessário efectuar estudos e implementações de
soluções, para controlar o ambiente electromagnético envolvente.

[manuel teotonio]

no meu ver nao a qualquer valor para o terra ,deve ser o mais baixo possivel e deve ter um eletrodo dedicado(inferior a terra da moradia) e depois intreligado ao terra da moradia. porque uma descarga procura o caminho mais facil e rapido.

[lmma]

Eu até não percebo bem qual o motivo da exigência de um valor de terra tão baixo para um pára-raios. Pelo que já li sobre o assunto o importante não é tanto o valor da resistência da terra mas sim a impedância da mesma devido à elevada frequência que existe numa descarga atmosférica. Quando falamos em KV e KA o que são 10 ohm, ou mesmo 100 ohm. Não me parece que faça alguma diferença.

[CAOR]

Amigo Manuel teotónio a terra é unica tanto num apartamento ou prédio! a terra da antena vai ligar no ligador amovivél antes do ligador para que a antena esteja sempre com terra ligada! foi o que li no ITED 2. se estou errado informem. Cump:

[seventhguardian]

Antes de mais, tudo o que eu disser baseia-se nos meus conhecimentos, que podem eventualmente estar errados

Quando falamos em KV e KA o que são 10 ohm, ou mesmo 100 ohm. Não me parece que faça alguma diferença.

Pelo contrário, é quando falamos de KA que passando por 10 ohm se transformam em KV E com 100 ohm tens 10x mais KV do que com 10 ohm (para a mesma corrente), uma diferença grande. Exemplo, a maioria dos ICs aguenta descargas eletrostáticas de 4KV, mas TODOS queimam aos 40KV.


É verdade que no que diz respeito às descargas atmosféricas, a indutância dos condutores tem muita importância (comparativamente ao caso em que se pretende dimensionar os dispositivos de proteção contra por corte automático da alimentação, vulgo interruptores diferenciais). Mas não se pode esquecer que a resistência afeta todas as frequências por igual, e também tem influência.

Exemplo:
Condutor reto entre a antena e o elétrodo de terra. Secção de 16mm² (diâmetro de 4.5mm), e comprimento total de 20m. A indutância calculada para este condutor é cerca de 36uH (ver http://www.consultrsr.com/resources/eis/induct5.htm).

Desprezando a resistência do cabo (que será de algumas décimas de ohm), a 10kHz temos uma impedância de cerca de:

Código: Selecionar todos

Z = jwL = j * 2 * pi * 10e3 * 36e-6 ~= 2.3 ohm 

Como se pode ver, a esta frequência, e neste caso particular, a resistência da terra tem mesmo muita influência.


O objetivo deve ser sempre resistência e indutância baixas. A primeira consegue-se com um bom sistema de elétrodos, a segunda com o caminho mais direto possível entre pára-raios/antena e os elétrodos.


E já agora, os 10 ohm vêm diretamente da norma IEC 62305-3, página 45. Basicamente, e por esta norma internacional, se for garantido que a resistência da terra é inferior a 10 ohm não é necessário respeitar os comprimentos mínimos dos elétrodos de terra na base dos pára-raios. Escolhendo entre obrigar os projetistas a fazer contas e consultar tabelas, ou obrigar simplesmente a respeitar 10 ohm, penso que a última medida é muito mais económica e segura.

[windstorm]

nos meus tempos de radio amador/cb discutiamos muito esse assunto e o que vos posso dizer é que o melhor é rezar para que a vossa antena nunca venha a servir para apanhar um raio...

garanto-vos que se for de media intensidade não vai sobrar nada do vosso sistema ited...

isso é uma enorme estupidez que vem nas normas ited de quem nunca viveu situações como as que eu vi..

um emissor de radio local simplesmente explodiu e queimou tudo o que era instalaçoes electricas nas redondezas matando alguns animais.
nessa radio local existia um para raios no topo do mastro mas a intensidade foi tal que passou tambem pelas amarras de aço e entrou na rede electrica cortando um poste de cimento ao meio.... a casa mais proxima incendiou-se e os tubos da agua antigos rebentaram com as paredes todas...ninguem estava em casa por sorte..... eu vivia a cerca de duzentos metros e cai da cama com o estrondo...

imaginem agora que essa faisca cai na vossa anteninha com essas medidas ridiculas que veem nas ited????

é melhor nem imaginar....

quando tinha antenas de radio no telhado incluindo de radio fm pirata, tinha sempre a ligação á terra mas nunca deixava cabos ligados depois de sair, muito menos a ligação á terra..

desculpem o desabafo mas quem diz que uma antena pode servir como para raios, deve estar a ver um filme em que não quer entrar...ou nunca viu o que é uma descarga atmosférica a serio...

[parreirajoao]

Relativamente ao valor da resistência a norma (62305), fala em 10 ohm, como valor da resistência de terra do electrodo.

Também a mesma norma indica que o mastro da antena não deve ser utilizado como pára-raios, mas se não for possivel, então deverá seguir-se o indicado na figura E32.

A Dehn tem soluções para este tipo de PCDA.




E.5.2.4.2.6 Electrical installation protruding from the space to be protected

Antenna masts on the roof of a structure should be protected against direct lightning flashes by installing the antenna mast in an already protected volume or by installing an isolated external LPS.

If this is not possible, the antenna mast should be bonded to the air-termination system. Then partial lightning currents will be treated inside the structure to be protected.

The antenna cable should enter the structure preferably at the common entrance for all services or near the main LPS bonding bar. The antenna cable conductive sheath should be bonded to the air-termination system on roof level and to the main bonding bar (see Figure E.32).

[asubida]

Bom dia
Terras, pára-raios e, descarregadores de sobre tensão para antenas e mastros que nos são impostas pelas normas..... em caso de descarga directa..... onde haja possibilidade de ligação à rede telefónica .... não servem para nada!
Dos meus muitos anos de trabalho na PT realço um dia de trovoada ( das de Maio!!!!! mês fatal para a Telecom!) na AT de VN Famalicão em que perdemos uma estação telefónica satélite do Sistema 12 com 8000 assinantes. Todas as cartas queimadas e vários cabos danificados, muyito milhares de contos para o lixo ... e a faísca não caiu directamente na estação ou no seu para raios, caiu num poste eléctrico que alimentava a zona a uma distância de algumas centenas de metros entrou pela linha de energia e descarregou-se para a terra da estação e a terras da central telefónica de VNF a cerca de 10 Km . As nossas terras eram entre 1 e 2 Ohm em média.
Sem um boa interligação de terras e uma muito boa rede de descarregadores e bloqueadores de frente de onda, em toda a instalação eléctrica e de telecomunicações e claro sem minimizar a resistência de terra e adicionalmente rezar muito a Sta Bárbara todas as descargas são fatais.
Se algum colega da PT tiver fotos onde passa mostrar exemplo de estragos que publique
Saudações

[joaoosvaldo]

Vejam só as características dos descarregadores da Teka em anexo. Preparados para a onda 8/20 quando deveria ser 10/350!!! Assim não vai funcionar!!!

Ainda não vi as características dos descarregadores da Televés mas agora fiquei curioso se alguém poder colocar aqui era bom.